terça-feira, 19 de janeiro de 2010

AS REAÇÕES CONTRA O PNDH 3 (AS MOTIVAÇÕES POR TRÁS DISTO)


As entidades e militantes dos Direitos Humanos e da Democracia de São Paulo-SP juntam-se ao Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), rede que reúne cerca de 400 organizações de direitos humanos de todo o Brasil, para manifestar publicamente seu REPÚDIO às muitas inverdades e posições contrárias ao III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), e seu APOIO INTEGRAL a este Programa lançado pelo Governo Federal no dia 21 de dezembro de 2009.


As reações contra o PNDH 3 estão cheias de conhecidas motivações conservadoras, além de outras que, pela sua própria natureza, são inconfessáveis em público pelos seus defensores. Estas resistências, claramente explicitadas ou não ao PNDH 3, provam que vários setores da sociedade brasileira ainda se recusam a tomar os direitos humanos como compromissos efetivos tanto do Estado, quanto da sociedade e de cada pessoa.


Em entrevista para o Portal da Fundação Perseu Abramo, o presidente da fundação e ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, fala sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) e as intensas reações causadas pela iniciativa em alguns setores da sociedade. Para ele, há uma grande manipulação política nas reações ao programa. "Há uma disputa eleitoral em 2010. No caso do PNDH 3, boa parte do que li, é assim: "não li e não gostei". Estão opinando a partir do “ouvir dizer”. Não houve boa vontade nem mesmo para ler o conteúdo do Programa.

Leia a entrevista na integra: http://haroldoheleno.blogspot.com/


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dra. ZILDA ARNS E O HAITI


Mesmo estando de férias não poderia deixar de postar mensagens de condolências a todo o povo haitiano pela enorme tragédia que se abateu mas uma vez sobre aquele pobre e sofrido país. A própria Organização das Nações Unidas definiu a tragédia no Haiti: "O terremoto que atingiu o país caribenho, na terça-feira (12), é a pior catástrofe natural da história, superando inclusive o tsunami que atingiu a Indonésia e países vizinhos em 2004. É uma "catástrofe histórica" e "a pior situação que ONU teve de enfrentar", disse Elizabeth Byrs, porta-voz da Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas".


As informações oficiais, de governos e de organismos como a ONU e a Cruz Vermelha, apontam para uma tragédia sem precedentes. O ministro haitiano da Saúde, Alex Larsen, afirma que já são pelo menos 100 mil mortos e 250 mil feridos, muitos dos quais em estado grave. Como corpos continuam a ser encontrados em meio aos destroços, estimativas mais pessimistas consideram que o total de vítimas do terremoto passe de 200 mil. O temor é que, pela gravidade da situação, epidemias assolem o país e elevem ainda mais o número de óbitos nas próximas semanas.

Não só o povo haitiano teve perdas, houve também perdas no povo brasileiro, entre estas perdas a morte da Dra. Zilda Arns, que se encontrava justamente naquele país para transmitir sua generosidade, sua sabedoria e seus conhecimentos. Tive a oportunidade de compartilhar desta sua simpatia e generosidade por várias vezes, tanto nas aldeias do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe no município de Pau Brasil – Bahia, como também em vários encontros da Pastoral da Criança. A Dra. Zilda sempre procurava simplificar as coisas, e também sempre simplificava a sua presença para que se tornassem acessíveis a todas as pessoas que deles precisassem. Dizia que: \"nunca se deve complicar o que pode ser feito de maneira simples\".

Divulgava a necessidade da solidariedade humana transformadora, quando afirmava que \"amar é acolher, é compreender, é fazer o outro crescer\". A Dra. Zilda Arns dizia, também, que \"o trabalho social precisa de mobilização das forças, onde cada um colabora com aquilo que sabe fazer ou com o que tem para oferecer. Deste modo, fortalece-se o tecido que sustenta a ação e cada um sente que é uma cédula da transformação do país\".

Hoje, choramos a perda dessa grande mulher brasileira, que morreu junto aos mais pobres dos povos do continente americano... Junto daqueles que, há muito tempo, já havia entregado seu coração.

O presidente Luís Inácio Lula da Silva, nos diz: “Que a partir do exemplo dela todos nós sejamos mais humanistas e solidários e olhemos com mais carinho para o nosso próximo, porque às vezes com pequenos gestos podemos ajudar. Tenho certeza de que, se perguntasse a ela se faria tudo de novo caso voltasse a viver, ela diria que sim, faria, voltaria ao Haiti. Deus queira que surjam outras pessoas assim no Brasil”.

O Frei Betto nos diz que se milhares de jovens e adultos brasileiros sobrevivem, hoje, às condições de pobreza em que nasceram, devem isso em especial à Dra. Zilda Arns, que merece, sem exagero, o título perene de Mãe da Pátria.

Por fim em meio à tragédia que choca a todo o mundo e agrava de tristeza e dor um dos país mais pobres do continente, nós brasileiros choramos pelas nossas perdas. E, principalmente, pela perda da querida Dra. Zilda Arns.Que seu exemplo continue nos inspirando e nos motivando a construir o País que ela sonhou e ajudou a mudar.








segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

25 ANOS DE VIDA SACERDOTAL DEDICADA A CONSTRUÇÃO DO REINO DE JUSTIÇA

Na próxima quarta feira (06 de janeiro de 2010 - Dia de Reis) a Paróquia de Santa Rita de Cássia em Itabuna terá mais um momento de festa e de muita alegria. Após a celebração dos 55 anos de vida sacerdotal do Frei Joaquim Camelli em dezembro de 2009, agora é a vez das celebrações dos 25 ANOS DE VIDA SACERDOTAL DO FREI JOSÉ RAIMUNDO. Uma missa as 19:00 horas na Igreja Matriz marcará este importante momento na vida da Fraternidade dos Capuchinhos.


Ao completar 25 anos de sacerdócio Frei Raimundo tem uma longa lista de atividades que pode se alegrar e o fazer se sentir um sacerdote a serviço do Reino. Tanto em Itabuna como em Aracajú sua passagem deixou marcas profundas e ficará gravadas para sempre na vida das Paróquias onde atuou.

O incentivo ao uso da Bíblia, A missa dos Homens, o Projeto Nova Juventude, os Processos de Formação, Os mutirões da Cidadania, A coleta seletiva do lixo, O encontro de Casais com Cristo,Centro Digital de Cidadania, o imenso cuidado com o jardim da Paróquia transformando em um ponto propicio de reflexão e contemplação da obra de Deus. Apoio as comunidades eclesiais. Seu trabalho em Aracajú se tornou destaque nacional com o trabalho da Policia Comunitária.

Um sacerdote de posição firme, em defesa do Evangelho. Sua convicção motiva a todos que o cerca da necessidade de caminhar em busca da concretização da Justiça Plena e do seguimento fiel as Palavras do Mestre Jesus (Mt 25, 31-46).

Esta posição clara e sua postura em defesa da Vida e da Dignidade Humana, atrai para ele a ira e a inveja de alguns e isto nos lembra a caminhada dos Profetas, que na medida em que iam denunciando os desmandos dos poderosos, ou quando iam de encontro aos caprichos de alguns que egoisticamente só pensavam em si, atraiam para si ataques de cóleras e tentativas de desqualificar suas denuncias e a sua ação de profetismo (Jr 18,18-20). Hoje estas posturas não mudaram tanto ao do Profeta que continuam sua tarefa de denunciar as injustiças e anunciar a esperança, como não mudaram também as posturas daqueles que se sentem incomodados por estas denúncias.

Vale lembra nos dias de hoje vários profetas que na medida em que vão incomodando a muitos com suas denuncias proféticas em defesa da Vida, são caluniados, agredidos e até mesmo ameaçados em sua integridade física, entre estes: Dom Erwin Klauter, Dom José Luís Azcona, Dom Pedro Casadaglia, Pe. Bosco, Pe. Josimo, Chico Mendes, e podemos citar também Frei José Raimundo.

A ação pastoral do Frei José Raimundo buscando atender aos apelos na Igreja expressados através do Documento de Aparecida, tem incomodado inclusive pessoas da própria Igreja, o que também não é novidade. Na medida em que o trabalho é direcionado para colocar a estrutura paroquial numa perspectiva missionária, e não apenas para atividades momentâneas ou como algo opcional, mas tornar as atividades paróquias em ações de uma Igreja em um estado permanente de missão (DA, 144); Transformando a nossa ação pastoral de simples conservação ou de se manter o que se tem, sem medo do novo, passar para uma pastoral decididamente missionária (DA, 370) e sobretudo incluindo na nossa agenda pastoral ação que levem em conta prioritariamente a defesa da vida, com especial dedicação aos pobres, tornando a Paróquia uma “advogada da Justiça e defensora dos pobres” (DA, 395-397). Esta maneira de fazer Igreja sugerida pela Conferência de Aparecida e aceita pelo Frei Raimundo, ainda assusta e amedronta a muitos.

O menino pobre, natural de Santa Luzia no sul da Bahia, município com o menor índice de IDH do Brasil, sabe muito bem o que é lutar e buscar garantir Cidadania para muitos. A sua dedicação e trabalho ao longo destes 25 anos junto a Fraternidade dos Frades Capuchinhos sempre foram marcados pelo Espírito e ensinamentos do seu Mestre Francisco de Assis: Um amor imenso pela natureza (que o diga o jardim de Santa Rita) e uma predileção e carinho pelos pobres e excluídos que aliás também são as mesmas predileção e prioridade de Jesus, esta predileção do Frei Raimundo é facilmente percebida na sua forma de agir, de pregar e na sua forma de conduzir seu trabalho pastoral. É esta postura pastoral e evangélica que faz com que a Paróquia de Santa Rita de Cássia seja um referencial intra e extra eclesial.

Parabéns Frei Raimundo pelos 25 anos de vida sacerdotal dedicado ao Evangelho e na defesa da Vida e da Cidadania.