terça-feira, 17 de julho de 2012

Itabuna vai parar pela PAZ!




Itabuna é considerada atualmente uma das cidades mais violentas do Brasil e a que oferece maior risco para os jovens. De acordo com dados da polícia, cerca de 90% dos homicídios estão relacionados ao tráfico de drogas.

Devido a estes altos índices de criminalidade em Itabuna, e outras situações que geram violência, o GAC - Grupo de Ação Comunitária está mobilizando a sociedade itabunense para uma grande Passeata pela Paz que será realizada nesta quinta-feira dia 19 de julho, a partir das 10:00h, com concentração no Jardim do “O”, a coordenação do evento pede que todos se vistam de branco, cor símbolo da paz mundial

Esta será a segunda vez, que o GAC realizará em Itabuna o movimento pela Paz. A passeata tem o objetivo de atrair a atenção de políticos locais assim como do Governo do Estado, e até mesmo o governo federal para esta situação caótica em que se encontra a cidade no quesito “Segurança”.

O Conselho de Cidadania convoca além de seus membros toda a sociedade itabunense a se somar neste ato de protesto e chamada de responsabilidade das autoridades e a dizer UM BASTA A VIOLÊNCIA.

Além da população em geral, a coordenação espera pela participarão de clubes de serviço, lojas maçônicas, igrejas, associações de moradores, ONGs, sindicatos e a estudantes, com suas faixas e palavras de ordem alusiva ao tema.

Participe e seja da PAZ!





domingo, 15 de julho de 2012

O CAVALO E SEU TRATADOR

Autor: Esopo

Um cuidadoso empregado de uma cocheira, costumava passar longos dias escovando e limpando um cavalo que estava sob suas responsabilidades.

Entretanto, ao mesmo tempo, roubava os grãos de milho separados para alimentar o pobre animal, e os vendia para ter lucro.

Então o cavalo se volta para ele e diz:

Acho apenas que se o senhor de fato desejasse me ver em boas condições, me acariciava menos e me alimentava mais.


Moral da História: Devemos desconfiar daqueles que vivem promovendo e tentando ostentar publicamente suas próprias virtudes.

domingo, 8 de julho de 2012

O LADRÃO E O CÃO DE GUARDA

Autor: Esopo

Um ladrão veio à noite com o intuito de assaltar uma casa. Ele trazia consigo vários pedaços de carne, para que pudesse acalmar um bravo Cão de Guarda que vigiava o local. A carne serviria para distraí-lo, e assim não chamar a atenção do seu dono com latidos.

Assim que o ladrão jogou os pedaços de carne aos pés do cão, este exclamou:

Se você estava querendo calar minha boca, cometeu um grande erro. Tão inesperada gentileza , apenas serviram para me deixar ainda mais atento. Sei que por trás dessa cortesia sem motivo, você deve ter algum interesse oculto para beneficiar a si mesmo e prejudicar o meu dono.


Moral da História: Gentilezas inesperadas é a principal característica de uma pessoa com más intenções.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A EDUCAÇÃO NA BAHIA CONTINUA DE LUTO E A LUTA CONTINUA

A greve dos professores da rede estadual caminha para completar 100 dias. Segundo mapeamento do governo, Itabuna é dos municípios onde o movimento é mais forte, dentre aqueles 100 onde ainda há paralisação.

Professores da rede estadual em greve há 85 dias vestiram-se de preto e caminharam pela Avenida do Cinquentenário, hoje, em nova manifestação contra o governo baiano. O protesto foi organizado pela Associação dos Professores de Itabuna (API/APLB) e contou com a participação de representantes da OAB-Itabuna, sindicalistas ligados ao PCdoB e de partidos como o PSTU, que exibiu cartaz em que chama o governador Jaques Wagner de “traidor”.

Os professores grevistas estão há dois meses sem receber salário. Para voltar à sala de aula, eles exigem reajuste salarial de 22,22% para todos os padrões, revogação da Lei 12.578/2012 e abertura das contas do Fundeb.

A Lei 12.578, aprovada pela Assembléia Legislativa baiana, é considerada prejudicial à categoria porque, no entendimento dos manifestantes, transforma salários em subsídios, não podendo ser incorporados à aposentadoria.

Os educadores esperam que o governo abra as contas do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para provar se – como afirma o governo – não há condições de pagar o reajuste exigido pela categoria.

Há quase 20 dias o governo rompeu o diálogo com a categoria. Exige o retorno dos professores à sala de aula para retomar negociações e regularizar salários. A gestão oferece reajuste parcelado para novembro deste ano e abril de 2013 e afirma que o reajuste oscilará entre 22% e 26%.




Fonte: pimenta na muqueça.


FREI RUY É NOMEADO NOVO BISPO DE JEQUIÉ

Na manhã desta quarta-feira, 4 de julho, a Santa Sé anunciou oficialmente a nomeação do novo bispo de Jequié (BA). Trata-se do frade capuchinho Frei José Ruy Gonçalves Lopes, atualmente vigário paroquial na arquidiocese de Feira de Santana (BA).

Veja o breve Curriculum Vitae do novo bispo:

Frei José Ruy Gonçalves Lopes ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em fevereiro de 1985 e emitiu votos em 10 de janeiro de 1988. Foi ordenado sacerdote em dezembro de 1993.

Logo depois da ordenação, foi pároco em Valéria e Capelão do Leprosário de Águas Claras na arquidiocese de Salvador (BA). Eleito Definidor Provincial esteve no cargo de 1995 a 1988 quando também exerceu a função de Ecônomo Provincial. Neste mesmo período também teve a responsabilidade da promoção vocacional e foi Mestre dos pós-noviços. Entre os anos de 2002 a 2007 foi Ministro Provincial e parte desse tempo foi vice-presidente da Conferência dos Capuchinhos do Brasil (2002 a 2004).

Cursou pós-graduação em Teologia Moral na Faculdade Assunção de São Paulo em 2007 e 2008. E da conclusão do curso até este ano, ele tem sido membro do Conselho de Formação Internacional dos Capuchinhos e membro do Conselho de Administração das Obras Sociais de Irmã Dulce. Atualmente ele também é professor de Teologia Moral na Faculdade Arquidiocesana e diretor do Colégio Santo Antônio de Feira de Santana (BA).


Saudação ao novo bispo de Jequié



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acolhe, com alegria, a nomeação do novo bispo de Jequié (BA), monsenhor José Ruy Gonçalves Lopes. O anúncio da Santa Sé foi feito na manhã desta quarta-feira, dia 4 de julho de 2012. Agradecemos a bondade do Santo Padre, Papa Bento XVI, que olhou para as necessidades pastorais do nosso Brasil e nos envia um irmão para pastoreio da diocese que estava vacante desde a renúncia de dom Cristiano Jakob Krapf.

Monsenhor José Ruiz é frade capuchinho e tem um itinerário de grande dedicação à missão franciscana servindo à Igreja por meio do trabalho feito em sua Província no exercício de várias funções. Pós-graduado em Teologia Moral, ele tem colaborado com esmero na formação do clero e na educação dos jovens. Sobressaem também, em sua biografia, os trabalhos sociais realizados até o momento junto ao Leprosário de Águas Claras, na arquidiocese de Salvador (BA) e do Conselho de Administração das Obras Sociais de Irmã Dulce.

A chegada do novo bispo em Jequié, certamente, vai levar grande alegria para suas comunidades. Desejamos ao monsenhor José Ruy que seu ministério seja fecundo, que sua liderança paterna anime o serviço de seus presbíteros e que confirme, na fé, o laicato. Enviamos também o nosso cumprimento, cheio de gratidão, ao querido bispo emérito, dom Cristiano, desejando-lhe saúde e serenidade no prosseguimento de seu compromisso com Cristo e com a Igreja.



Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB


Fonte: CNBB





segunda-feira, 2 de julho de 2012

“CEBs e Movimentos Sociais – a serviço da vida no BRASIL.

                                                                                                       
“Se calarem as vozes dos Profetas
                                                   as pedras gritarão”.



O Frei Carmelita, Gilvander Moreira, um dos assessores do 6º Nordestão das CEBs, que começara no próximo dia 19 de junho aqui em Itabuna, ele irá animar a oficina que tem como tema: “CEBs e Movimentos Sociais – a serviço da vida no Nordeste”. Apesar de ter sua atuação mais contundente em Minas Gerais na defesa dos excluídos em especial os sem tetos e sem vozes, torna o tema da sua oficina em sua própria história.


No último dia 27 de junho de 2012, em Belo Horizonte o Movimento Nacional de direitos Humanos/MG e o Instituto de Direitos Humanos - DH, MIDHIA – Comunicação e Direitos Humanos apresentaram um manifesto repudiando as constantes ameaças de morte e intimidações que o Frei Gilvander Luis Moreira, vem sofrendo por causa de sua luta em direitos dos excluídos.  

As lutas empreendidas e bandeiras de direitos humanos levantadas em defesa dos pobres de Belo Horizonte e de Minas Gerais têm incomodado setores que há tempos fazem de tudo, para intimidar e calar a voz deste profeta.


No último dia 21 de junho de 2012, Frei Gilvander Luis Moreira recebeu uma homenagem na Câmara dos vereadores de Belo Horizonte, MG, contemplado com o Diploma de Honra ao Mérito, por indicação do Vereador Adriano Ventura.



No dia seguinte à homenagem, o Frei Gilvander voltou a sofrer ameaças por telefone. As ligações e ameaças seguiram nos dias 25, 26 e hoje dia 27 de junho. Entre as palavras de ameaças e intimidações o agressor fala palavrões e sugere que o Frei mude de Belo Horizonte o quanto antes e que “sua batata já assou”.

Estão sendo tomadas as providências necessárias junto as autoridades competentes, para que sejam cessadas as ameaças e intimidações. O Frei continua Inserido no Programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos de Minas Gerais – PDDH-MG, conforme o Decreto 6.044/2007, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República -SEDH, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social – SEDESE e o Instituto de Direitos Humanos – Instituto DH.


Entidades e Movimentos que quiserem poderão socializar essa informação em suas redes e contatos.

O CCP se solidariza ao querido Frei Gilvander e pede o Fim das Ameaças e Intimidações e afirma que “Lutar não é crime”. Pedimos a todos envolvidos no 6º Nordestão das CEBs que se manifestem contra este ato covarde de intimidação, lembrando o tema do encontro: “Justiça e Profecia a Serviço da VIDA”.


Os endereços de contato do Frei Gilvander.

e-mail:gilvander@igrejadocarmo.com.br
www.gilvander.org.br
www.twitter.com/gilvanderluis
Facebook:gilvander.moreira
skype: gilvander.moreira


domingo, 1 de julho de 2012

O GALO E A PEDRA PRECIOSA

Autor: Esopo


Um Galo, que procurava alimento para ele e suas galinhas, acaba encontrando uma pedra preciosa de majestosa beleza e valor. Mas, depois de observá-la por algum tempo, comenta desolado:

Se ao invés de mim, teu dono tivesse te encontrado, ele com certeza não iria se conter diante de tanta alegria, e é quase certo que iria te colocar em lugar digno de veneração. No entanto, eu te encontrei e de nada me serves. Antes disso, preferia ter encontrado um simples grão de milho, a que todas as jóias do Mundo!


Moral da História: A necessidade de cada um é o que diz o real valor das coisas.


 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

TSE autoriza candidatos 'contas sujas' nestas eleições


Os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiram nesta quinta-feira (28) que a aprovação das contas eleitorais apresentadas em eleições passadas não será exigida para o registro da candidatura nas eleições municipais de outubro. A medida pode beneficiar ao menos 21 mil candidatos que não tiveram suas contas de campanha aprovadas em 2010, segundo estimativa do gabinete da presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia.

VEJA O PLACAR DA VOTAÇÃO

MINISTROSA FAVORCONTRA
Nancy AndrighiX
Cármen LúciaX
Marco AurélioX
José Antonio Dias ToffoliX
Henrique NevesX
Gilson DippX
Arnaldo VersianiX

A decisão foi tomada por quatro votos a favor e três contra, e revoga a decisão de 1º de março do próprio TSE, que condicionava a emissão da certidão de quitação eleitoral à aprovação das contas de campanha. A certidão é fundamental para os políticos obterem o registro das candidaturas. Para analistas políticos, a decisão é um retrocesso.

O julgamento havia começado na terça-feira (26) e foi interrompido por um pedido de vistas do ministro José Antonio Dias Toffoli quando a votação estava com um placar de três votos favoráveis à anulação da resolução e dois contra.

Após o pedido de vistas de Toffoli, a ministra Carmén Lúcia adiantou seu voto e acompanhou o voto da relatora do caso, ministra Nancy Andrighi, contra a revogação, o que havia deixado a votação empatada. Nesta quinta-feira, Toffoli apresentou seu voto, a favor da revogação.

De acordo com o relator, seria injusto impedir a candidatura de políticos que tiveram contas reprovadas por erros menores na apresentação dos gastos e receitas de campanha. Para ele, isso colocaria no mesmo patamar quem teve as contas reprovadas por motivos graves, como o abuso de poder econômico, e quem não teve as contas aceitas por motivos menos sérios.

Apesar de ter liberado os contas-sujas a disputar as eleições, a Corte enfatizou que, se houver a comprovação de que as quitações foram forjadas pelos candidatos, a contabilidade será considerada "não-prestada". Neste caso, os concorrentes serão afastados da corrida eleitoral pela Justiça Eleitoral.

"As contas apresentadas desacompanhadas de documentos que comprovem sua veracidade, apresentadas de maneira fajuta, devem ser consideradas não prestadas", disse Toffli ao apresentar seu voto.

Histórico
O julgamento das chamadas candidaturas "conta suja" voltou ao TSE após 14 partidos entrarem com um recurso contra a resolução original do TSE, que fixou a exigência.

O pedido de reconsideração foi apresentado pelo PT e depois assinado por outros 13 partidos: PMDB, PSDB, DEM, PTB, PR, PSB, PP, PSD, PRTB, PV, PCdoB, PRP e PPS.

As siglas defendiam que a exigência da aprovação das contas não é determinada por lei e que as penalidades pela reprovação da contabilidade eleitoral só podem ser aplicadas após a instauração de processo judicial.

A ministra Nancy Andrighi propôs uma reforma para a manutenção do dispositivo, que não foi aceita no plenário.

O ministro Marco Aurélio Mello acompanhou o voto da relatora. "Caso a resolução seja revogada, viveremos o inverno da nossa desesperança", afirmou o ministro.

Os ministros Henrique Neves, Gilson Dipp e Arnaldo Versiani votaram a favor do pedido dos partidos políticos.

Idas e vindas


Nas últimas eleições, o TSE exigia apenas a apresentação da prestação das contas de campanha para a obtenção da certidão de quitação eleitoral, sem a exigência de que as contas tivessem sido aprovadas.
As votações sobre a questão no tribunal, porém, nunca foram unânimes.

Em 2009, a jurisprudência do TSE foi fixada na lei nº 12.034, que determinou que para obter a certidão de quitação eleitoral seria exigido, entre outros pré-requisitos, era necessária "exclusivamente" a "a apresentação de contas de campanha eleitoral". A lei não fez nenhuma referência explícita sobre a aprovação das contas.

Este entendimento jurídico continuou a ser aplicado pelo TSE também nas eleições de 2010.
A proposta para que a aprovação das contas eleitorais fosse determinante para o registro da candidatura foi apresentada no TSE em fevereiro deste ano pelo ministro Arnaldo Versiani, que relatou o caso.

A inovação foi rejeitada pelo ministro Gilson Dipp, que votou contrário ao relator. “Ficou muito claro que a vontade do legislador realmente foi a de limitar [a emissão da certidão] apenas à apresentação e não necessariamente à aprovação [das contas]”, afirmou o ministro, na sessão do TSE de 28 de fevereiro.

Com a retomada do julgamento, em 1º de março, o TSE publicou a resolução que exige a aprovação das contas eleitorais para obter a certidão de quitação eleitoral e com ela o registro da candidatura.

“O candidato que foi negligente e não observou os ditames legais não pode ter o mesmo tratamento daquele zeloso que cumpriu com seus deveres. Assim, a aprovação das contas não pode ter a mesma consequência da desaprovação”, afirmou a ministra Nancy Andrighi ao declarar seu voto, no julgamento de março.

Câmara dos Deputados


A Câmara dos Deputados aprovou em 22 de maio um projeto de lei (PL 3839/2012) que permite aos políticos conseguirem o registro de suas candidaturas mesmo com as contas eleitorais rejeitadas. O projeto foi aprovado com o apoio de todos os partidos, à exceção do PSOL.

A proposta seguiu para o Senado, onde ainda deve ser votada. Caso seja aprovada, só vira lei depois da sanção da presidente Dilma Rousseff. Mesmo que seja aprovada e sancionada antes do prazo final para o registro de candidaturas, a lei não deve ser aplicada ainda nas eleições deste ano.

Isso porque a Constituição determina que toda lei que modificar as regras do processo eleitoral só será aplicada nas eleições realizadas um ano após sua entrada em vigor. Cada caso específico, no entanto, deve ser decidido pelo TSE.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

CURSO DE INICIAÇÃO A APICULTURA

GARANTA SUA VAGA!





"CURSO DE INICIAÇÃO À APICULTURA"

          18/19 e 20 de JUL/2012

LOCAL: NÚCLEO REGIONAL DE APICULTURA DO SUL DA BAHIA - CEPEC- CEPLAC

ESTUDANTES- R$ 30,00

OUTROS- R$40,00



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OBS: Será emitido certificado para os participante com mais de 75% de frequencia



terça-feira, 26 de junho de 2012

Carta do Rio de Janeiro - Declaração Final do IX Acampamento Terra Livre – Bom Viver/Vida Plena

 

Inserido por: Administrador em 21/06/2012.
Fonte da notícia:
APIB - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil


CÚPULA DOS POVOS POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DA VIDA, EM DEFESA DOS BENS COMUNS
CARTA DO RIO DE JANEIRO

DECLARAÇÃO FINAL DO IX ACAMPAMENTO TERRA LIVRE – BOM VIVER/VIDA PLENA

Rio de Janeiro, Brasil, 15 a 22 de junho de 2012
Nós, mais de 1.800 lideranças, representantes de povos e organizações indígenas presentes, APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (COIAB, APOINME, ARPINSUL, ARPINSUDESTE, povos indígenas do Mato Grosso do Sul e ATY GUASU), COICA – Coordenadora de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, CAOI – Coordenadora Andina de Organizações Indígenas, CICA – Conselho Indígena da América Central, e CCNAGUA – Conselho Continental da Nação Guarani e representantes de outras partes do mundo, nos reunimos no IX Acampamento Terra Livre, por ocasião da Cúpula dos Povos, encontro paralelo de organizações e movimentos sociais, face à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

Depois de intensos debates e discussões realizados no período de 15 a 22 de Junho sobre os distintos problemas que nos afetam, como expressão da violação dos direitos fundamentais e coletivos de nossos povos, vimos em uma só voz expressar perante os governos, corporações e a sociedade como um todo o nosso grito de indignação e repúdio frente às graves crises que se abatem sobre todo o planeta e a humanidade (crises financeira, ambiental, energética, alimentar e social), em decorrência do modelo neo-desenvolvimentista e depredador que aprofunda o processo de mercantilização e financeirização da vida e da Mãe Natureza.

É graças à nossa capacidade de resistência que mantemos vivos os nossos povos e o nosso rico, milenar e complexo sistema de conhecimento e experiência de vida que garante a existência, na atualidade, da tão propagada biodiversidade brasileira, o que justifica ser o Brasil o anfitrião de duas grandes conferências mundiais sobre meio ambiente. Portanto, o Acampamento Terra Livre é de fundamental importância na Cúpula dos Povos, o espaço que nos possibilita refletir, partilhar e construir alianças com outros povos, organizações e movimentos sociais do Brasil e do mundo, que assim como nós, acreditam em outras formas de viver que não a imposta pelo modelo desenvolvimentista capitalista e neoliberal.
Defendemos formas de vidas plurais e autônomas, inspiradas pelo modelo do Bom Viver/Vida Plena, onde a Mãe Terra é respeitada e cuidada, onde os seres humanos representam apenas mais uma espécie entre todas as demais que compõem a pluridiversidade do planeta. Nesse modelo, não há espaço para o chamado capitalismo verde, nem para suas novas formas de apropriação de nossa biodiversidade e de nossos conhecimentos tradicionais associados.
           
Considerando a relevante importância da Cúpula dos Povos, elaboramos esta declaração, fazendo constar nela os principais problemas que hoje nos afetam, mas principalmente indicando formas de superação que apontam para o estabelecimento de novas relações entre os Estados e os povos indígenas, tendo em vista a construção de um novo projeto de sociedade.

Repúdios

Em acordo com as discussões na Cúpula dos Povos, repudiamos as causas estruturais e as falsas soluções para as crises que se abatem sobre nosso planeta, inclusive:
- Repudiamos a impunidade e a violência, a prisão e o assassinato de lideranças indígenas (no Brasil, caso Kaiowá-Guarani, Argentina, Bolívia, Guatemala e Paraguai, entre outros).
- Repudiamos os grandes empreendimentos em territórios indígenas, como as barragens – Belo Monte, Jirau e outras; transposição do Rio S. Francisco; usinas nucleares; Canal do Sertão; portos; ferrovias nacionais e transnacionais, produtoras de biocombustíveis, a estrada no território TIPNIS na Bolívia, e empreendimentos mineradores por toda a América Latina.
- Repudiamos a ação de instituições financeiras como o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que financia grandes empreendimentos com dinheiro público, mas não respeita o direito à consulta as populações afetadas, incluindo 400 regiões no Brasil, e em todos os países em que atuam, inclusive na América Latina e África.
- Repudiamos os contratos de REDD e créditos de carbono, falsas soluções que não resolvem os problemas ambientais e procuram mercantilizar a natureza e ignoram os conhecimentos tradicionais e a sabedoria milenar de nossos povos.
- Repudiamos a diminuição dos territórios indígenas.
- Repudiamos todas as iniciativas legislativas que visem submeter os direitos indígenas ao grande capital, através da flexibilização ou descaracterização da legislação indigenista e ambiental em vários países, como a PEC 215 e o Código Florestal no congresso brasileiro e as alterações propostas no Equador.
- Repudiamos a repressão sofrida pelos parentes bolivianos da IX Marcha pela “Defesa da Vida e Dignidade, Territórios Indígenas, Recursos Naturais, Biodiversidade, Meio Ambiente, e Áreas Protegidas, pelo Cumprimento da CPE (Constituição Política do Estado) e o respeito a Democracia”. Manifestamos nossa solidariedade aos parentes assassinados e presos nesta ação repressiva do estado boliviano.
- Repudiamos a atuação de Marco Terena que se apresenta como líder indígena do Brasil e representante dos nossos povos em espaços internacionais, visto que ele não é reconhecido como legítimo representante do povo Terena, como clamado pelas lideranças deste povo presentes no IX Acampamento Terra Livre.
Propostas
- Clamamos pela proteção dos direitos territoriais indígenas. No Brasil, mais de 60% das terras indígenas não foram demarcadas e homologadas. Reivindicamos o reconhecimento e demarcação imediatos das terras indígenas, inclusive com políticas de fortalecimento das áreas demarcadas, incluindo desintrusão dos fazendeiros e outros invasores dos territórios.
- Reivindicamos o fim da impunidade dos assassinos e perseguidores das lideranças indígenas. Lideranças indígenas, mulheres e homens, são assassinados, e os criminosos estão soltos e não são tomadas providências. Reivindicamos que sejam julgados e punidos os mandantes e executores de crimes (assassinatos, esbulho, estupros, torturas) cometidos contra os nossos povos e comunidades.
- Reivindicamos o fim da repressão e criminalização das lideranças indígenas, como dos parentes que se manifestam contra a construção de Belo Monte. Que as lutas dos nossos povos pelos seus direitos territoriais não sejam criminalizadas por agentes do poder público que deveriam exercer a função de proteger e zelar pelos direitos indígenas.
- Exigimos a garantia do direito à consulta e consentimento livre, prévio e informado, de cada povo indígena, em respeito à Convenção 169 da OIT – Organização Internacional do Trabalho, de acordo com a especificidade de cada povo, seguindo rigorosamente os princípios da boa-fé e do caráter vinculante desta convenção. Precisamos que seja respeitado e fortalecido o tecido institucional de cada um de nossos povos, para dispor de mecanismos próprios de deliberação e representação capazes de participar do processo de consultas com a frente estatal.
- Clamamos pela ampliação dos territórios indígenas.
- Clamamos pelo monitoramento transparente e independente das bacias hidrográficas.
- Clamamos pelo reconhecimento e fortalecimento do papel dos indígenas na proteção dos biomas.
- Pedimos prioridade para demarcação das terras dos povos sem assistência e acampados em situações precárias, como margens de rio, beira de estradas e áreas sem infraestrutura sanitária. Apenas no Brasil, existem centenas de acampamentos indígenas nesta situação. 40% da população destes acampamentos são crianças.
- Clamamos pela melhora das condições de saúde aos povos indígenas, como por exemplo, no Brasil, pelo aumento do orçamento da SESAI – Secretaria Especial de Saúde Indígena, a implementação da autonomia financeira, administrativa e política dos DSEIs – Distritos Sanitários Especiais Indígenas, e a garantia dos direitos dos indígenas com deficiência.
- Queremos uma Educação Escolar Indígena que respeite a diversidade de cada povo e cultura, com tratamento específico e diferenciado a cada língua, costumes e tradições.
- Exigimos que se tornem efetivas as políticas dos estados para garantia da educação escolar indígena, tal como os territórios etnoeducacionais no Brasil.
- Queremos uma educação escolar indígena com componentes de educação ambiental, que promova a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade de nossos territórios.
- Exigimos condições para o desenvolvimento a partir das tradições e formas milenares de produção dos nossos povos.
Finalmente, não são as falsas soluções propostas pelos governos e pela chamada economia verde que irão saldar as dívidas dos Estados para com os nossos povos.
Reiteramos nosso compromisso pela unidade dos povos indígenas como demonstrado em nossa aliança desde nossas comunidades, povos, organizações, o conclave indígena e outros.

 
A SALVAÇÃO DO PLANETA ESTÁ NA SABEDORIA ANCESTRAL DOS POVOS INDÍGENAS
RIO DE JANEIRO, 20 DE JUNHO DE 2012
APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, COICA – Coordenadora de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, CAOI – Coordenadora Andina de Organizações Indígenas, CICA – Conselho Indígena da América Central, e CCNAGUA – Conselho Continental da Nação Guarani

Abaixo-assinado pede banimento de agrotóxicos já proibidos em outros países

 
Adital
 
Desde o ano de 2008, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Em 2010, mais de um bilhão de litros de agrotóxicos foram jogados nas lavouras brasileiras, o equivalente ao uso de 5,2 litros de agrotóxicos por brasileiro.

Para piorar a situação, existe uma quantidade enorme de agrotóxicos que são banidos em diversos países do mundo e que são usados livremente no Brasil. Tais agrotóxicos são banidos justamente pela comprovação científica de que possuem substâncias danosas à saúde humana e ao meio ambiente.

Por esse motivo, desde 2011, diversas entidades nacionais criaram a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, onde se exige que sejam banidos os 14 tipos de agrotóxicos proibidos no resto do mundo que ainda são permitidos no Brasil. Após o recolhimento de assinaturas, a petição será enviada para a Presidenta Dilma Rousseff.

A Campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os perigos dos agrotóxicos, pressionar governos e propor um modelo de agricultura saudável para todas e todos, baseado na agroecologia.


Fonte: Avaaz.org

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Fraude na cadeia produtiva da Bahia Mineração

Quando todo mundo esta preocupado e buscando soluções para as graves violações cometidas contra o meio ambiente, o sul da Bahia parece alheio a esta discussão, pelo menos os politicos locais o governo estadual e municipais estão pouco se lixando para este problema, o que eles querem é o chamado "desenvolvimento a todo custo", o meio ambiente é apenas um detalhe e até muita vezes para eles um "estorvo" que impede o progresso. 

Para quem apoia a bamin é melhor conhecê-la. Quem fraudeia, continuará asssim. Leia a reportagem sobre A PRETENCIOSA SALVADORA DA REGIÃO CACAUEIRA!





FRAUDE NA CADEIA PRODUTIVA DA BAMIN

Fonte: Equipe - Rede Sustentável

Justiça britânica e agências de risco em investimentos na bolsa alertam para problemas legais na aquisição de empresas ao redor do mundo.

O projeto da Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC), dona da Bahia Mineração, vai transformar Ilhéus em um dos maiores complexos portuários do Brasil.

O governo da Bahia e os prefeitos da região são favoráveis ao empreendimento.  Mais de 70% dos moradores de Ilhéus também concordam com o porto em sua praia, pois acreditam que vai movimentar a economia. Acreditam na empresa e na sua palavra. Um olhar mais atento para a cadeia produtiva da ENRC mostra, contudo, uma tragédia anunciada.

A ENRC está envolvida em projetos polêmicos no Congo, Zâmbia e Moçambique, onde explora minério de ferro, alumínio, metais não ferrosos e logística. São frequentes as denúncias de crimes ambientais, corrupção e suborno de autoridades.

Em janeiro de 2012, a EIRIS – agência de informações sobre investimento responsável para o mercado de ações, com sede em Londres, lançou um alerta aos seus clientes, informando sobre as sistemáticas denúncias de corrupção envolvendo as filias da ENRC, em diversos países.

Em dezembro de 2011, o Serious Fraud Office (SFO), que integra o sistema britânico de justiça criminal e que tem como missão investigar fraude e corrupção, alertou para a participação da ENRC em fraudes envolvendo a aquisição de empresas em diversos países.

Durante 15 anos, os três principais acionistas foram investigados, na Bélgica, por lavagem de dinheiro. O processo foi suspenso em 2011, depois que os empresários aceitaram pagar indenizações, cujos valores não foram divulgados.

No Congo e em Moçambique, a empresa é acusada de subornar autoridades e de adotar práticas ambientalmente predatórias, inclusive com contaminação, por agentes químicos, das comunidades localizadas no entorno das plantas.

No Cazaquistão, a empresa é investigada por denúncias envolvendo suborno de autoridades.

No há garantias de que a ENRC, no Brasil, adotará uma postura diferente dessa que adota em outros países.  O comportamento da empresa em outros lugares aumenta ainda mais a preocupação de autoridades e ativistas ligados ao meio ambiente e aos direitos humanos.

O Brasil precisa de indústrias para crescer, gerar empregos e melhorar a vida das pessoas que estão em regiões com falta de oportunidades. Autorizar atividades industriais predatórias e poluidoras é o caminho mais fácil. A curto prazo, tudo dá certo.

A longo prazo, o cenário sempre será  terra arrasada.

Usar a criatividade para encontrar formas inteligentes de desenvolver a região não faz parte da cena política baiana, que certamente atua com o aval do governo federal.

fonte blog Rede Sustentável

domingo, 24 de junho de 2012

A LEBRE E O CÃO DE CAÇA

Autor: Esopo



Um Cão de caça, depois de conseguir fazer com que uma Lebre a saísse de sua toca, e depois de uma longa perseguição, de repente para sua caçada.

Um Pastor de Cabras vendo-o parar, ridicularizou-o dizendo:

Aquele pequeno animal é corredor mais melhor que você.

E o Cão de caça exclama:

Você não vê a diferença que existe entre nós? Eu estava correndo apenas para conseguir um jantar, mas ele, corria por sua Vida.




Moral da História: O motivo pelo qual realizamos uma tarefa, é o que vai determinar sua qualidade final


terça-feira, 19 de junho de 2012

Campanha “Eu Defendo a Causa Indígena!” foi lançada em Brasília

Clique na figura e apoie esta causa

A campanha “Eu Apoio a Causa Indígena!”, resultado de uma aliança entre o Cimi e a Associação de Juízes para a Democracia (AJD), foi lançada na quarta-feira, 13 de junho, no auditório Dom Helder Câmara da CNBB.

O movimento disponibilizou um manifesto na internet com o intuito de colher o maior número de assinaturas de pessoas favoráveis à causa indígena para mobilizar os três poderes. Os escritores e intelectuais Eduardo Galeano, Boaventura de Souza Santos e Frei Betto, além de atores como Wagner Moura e Letícia Sabatella, disseram: “Eu Apoio a Causa Indígena! E você?”
“A Associação dos Juízes para a Democracia (AJD) é constituída por juízes que não se conformam com a lentidão do Judiciário brasileiro. Tivemos a oportunidade junto com o Cimi de visitar os Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, e ficamos bastante sensibilizados. Entendemos que como juízes precisávamos fazer alguma ação”, afirma Dora Martins, integrante da AJD.
Eis o relatório emocionante de Dora Martins depois de sua visita aos Guarani Kaiowá:

Do amor e do ódio e do índio.

Foi uma experiência de amor; amor que nos remete a nós mesmos, e que nos alimenta com a possível esperança de um mundo de diferentes que se mirem sem medo ou ódio.
Voltamos, hoje, da viagem aos diferentes e humanos Guaranis Kaiowá, em Mato Grosso do Sul. Viagem de fundo amoroso, sem dúvida, em que pese o amor doer com a dor do outro e que isso nos remeta à nossa humanidade, tão singela, tão impotente por vezes. O ódio aos Guaranis está em todo canto por aquele Estado tão cheio de verde da cana e da soja e do dinheiro. E, com o encanto dos que lutam junto dos Guaranis seguem a ameaça, a interdição, o assombro. Emocionante ver os indígenas nos receberem com rituais e danças e celebrações.

Que se espantem todos os espíritos do mal! Dançamos, pisamos na terra deles, com eles. Ouvimos e fomos ouvidos. Foi emoção enrolada em emoção. Fizemos um minuto de silêncio, em meio à mata verde, em círculo, no centro o local onde o Nisio Gomes sangrou e sangrou. Crianças tão pequenas e nada temerosas, com abraços e risos e danças também. Muitos líderes falaram, e "porque a justiça não se concretiza se nós, indígenas, aceitamos a lei do branco"? E nós, juízes, ali, "veneno e antídoto" a engolir em seco lágrimas insuspeitas. Conseguimos, estou certa, nos fazer ver além e através da toga. E foi bom. E o líder Jorge bradou justiça com a Constituição na mão, e as mulheres fizeram, na história, sua segunda ATY GUASU (assembleia) para discutir o medo de não terem terra, alimento, saúde e identidade. Mulheres indígenas com voz. Homens indígenas que querem voltar a ocupar seu território sagrado e tão vilipendiado. E as atrocidades se repetem compassadamente. Nos agradeceram os companheiros brancos, que lá nos receberam, e nos presentearam com a fala de que, com toda certeza, nós, juízes brancos, ao irmos até lá "fizemos história na história deles". Mais lágrimas e legítimas. E foi tocante saber que eles acharam honroso e importante que juízas e um juiz que lá estiveram se fizeram acompanhar por familiares, crianças e filhos.
E tudo ficou tão familiar, tão igual, tão brasil profundo de brancos e índios... um alento, para todos, e em especial para aqueles que lá, guerreiros bravios, lutam em prol da causa Guarani; lá, em Mato Grosso do Sul, onde juízes decidem os processos de uma perspectiva tão divorciada da terra e dos humanos valores indígenas, a ponto de entenderem que quando a prova é apenas a "fala do índio", ainda que sejam dezenas deles, alega-se "falta de prova" para por fim ao caso... Afinal, para esse cego olhar da justiça de branco, palavra de índio não vale!

Dra. Dora Martins,
Juíza da Infância e Juventude.

Para apoiar o movimento “Eu apoio a causa indígenas”, acesse o site: http://www.causaindigena.org/



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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Indígenas discutirão com BNDES financiamento de obras que afetam seus territórios


Marcha Mundial das Mulheres e Movimento Indígena ocupam os BNDES no Rio De Janeiro. Foto Cínta Barenho/CEA
Após ato no jardim do banco, grupo de indígenas se reuniu com vice-presidente do órgão
Uma comissão forma por cinco indígenas de todo Brasil e representantes do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) irá mapear e analisar todas as obras financiadas pelo banco que afetam os territórios indígenas no país. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 18, após reunião entre o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, e um grupo de 12 indígenas que apresentou à direção do órgão os graves impactos causados por grandes empreendimentos a comunidades.
A reunião ocorreu no fim do ato pacífico que reuniu cerca de 2000 indígenas em frente ao Banco, no centro do Rio de Janeiro. Dançando, entoando cantos e carregando faixas, índios de diversas regiões do país manifestaram sua insatisfação por não serem ouvidos – como determina a Constituição - pelos órgãos que planejam, financiam e executam obras que afetam suas terras indígenas, como a transposição do rio São Francisco (Nordeste) e as hidrelétricas de Belo Monte (Pará), Santo Antônio e Jirau (Rondônia).
Os representantes do BNDES afirmaram que o banco não possui mecanismo para rastrear se os recursos liberados para grandes ou médios empreendimentos afetam áreas indígenas. Para solucionar este problema, foi criada a comissão que levantará os empreendimentos financiados ou subsidiados pelo banco e que incidam sobre as áreas indígenas. A primeira reunião da comissão ocorrerá no próximo mês.
Os indígenas estão reunidos no Acampamento Terra Livre, na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro

Índios ocupam jardins da sede do BNDESImagem do perfil @Malu_Molibs / reprodução internet
Protesto contra fundo de investimento da Amazônia toma entorno do BNDESImagem do perfil @Manu_Molibs / Reprodução internet

AQUI COMO LÁ, A CRIMINALIZAÇÃO CONTINUA A TODO VAPOR...

Tudo pode ser manipulado, e falseia o explorador.
ê o seu lucro ameaçado, e é capaz do vil terror.
No laranjal o malandrino, infame pra Mídia filmar.
Sem Terra povo do Divino, igualdade e o libertar”.

(A poesia do Sem Terra – Azuir Filho)










A ordem agora é criminalizar o Xingu Vivo




Dion Marcio C. Monteiro[1]


As elites econômicas sempre desenvolveram precisas táticas e estratégias para manter seu status quo quando algum fato os ameaça. A aliança entre o executivo, o judiciário e os veículos de comunicação, de propriedade destas mesmas elites, sempre foi um dos recursos mais utilizados. Ontem foi escrito mais um capítulo desta infame história.

Logo no dia seguinte a um dos canteiros da usina de Belo Monte ter sido ocupado pelos povos do Xingu, alguns veículos de comunicação, historicamente defensores dos grandes grupos econômicos, e apoiadores de golpes militares, estão tentando vincular uma suposta invasão e depredação ocorrida no prédio da Norte Energia S.A. (NESA), em Altamira, com a pacífica manifestação realizada no dia anterior por indígenas, pescadores, ribeirinhos, agricultores, quilombolas, ativistas sociais, trabalhadores rurais e moradores das cidades impactadas por esta hidrelétrica.

É o caso da filial da Rede Globo de televisão no Pará, emissora que até então ainda não havia falado sobre a ocupação do canteiro. A TV Liberal foi a primeira a noticiar a invasão e depredação do prédio administrativo da NESA, mostrando a imagem do boletim de ocorrência feito pela empresa, e acentuando que a policia de Altamira já estava procurando identificar os responsáveis pela ação. O detalhe é que mesmo ainda estando o suposto caso em investigação, a ação foi apresentada como “realizada por movimentos sociais contrários a construção de Belo Monte”.

Procurando criar um consenso sobre este vínculo, a apresentadora do jornal observa, exatamente após a matéria que fala da invasão ao prédio, que está ocorrendo na região o evento denominado Xingu+23 (equivocadamente chamado por ela de Xingu+20), mostrando em seguida imagens de indígenas fazendo um ritual nas ensecadeiras ocupadas, e finalizando com a informação de que durante a ocupação “um banheiro havia sido queimado e um poste derrubado”.

É importante lembrar que os principais motivos da ocupação do dia anterior são às diversas violações de direitos que os povos do Xingu estão sofrendo. Os indígenas não tiveram direito as oitivas; os agricultores e as populações urbanas não tiveram o direito de se manifestar sobre o futuro que querem; cientistas, pesquisadores e o Ministério Público Federal foram simplesmente ignorados. Enquanto isso, a NESA assumiu o papel do Estado, e os seus funcionários mandam e desmandando na região, por mais incrível que isso possa parecer.

Se existem grupos que entendem de depredação estes são a NESA e o governo federal, associação eficiente que prevê devastar milhares de km² de floresta, somente de áreas desapropriadas serão 2.823 km²; secar 100 km do rio Xingu; assassinar milhares de pequenos animais; afetar negativamente a vida de aproximadamente 40 mil pessoas, incluindo quase 10 mil indígenas; além de emitir, caso a hidrelétrica seja construída, milhões de toneladas de gás metano na atmosfera, aumentando o já grave problema referente ao efeito estufa e aquecimento global.

Infelizmente, a tentativa de criminalizar os ativistas sociais não ocorre somente neste caso, nos últimos anos indígenas e sem-terra tem sido as principais vítimas deste tipo de criminalização no Brasil. Porém, esta mesma ação tem sido muito utilizada em outros países da Pan-amazônia, em especial no Peru, Bolívia e Equador, locais onde a luta em defesa dos recursos naturais tem sido muito ativa por parte de organizações e movimentos sociais.

A ordem agora é criminalizar o Movimento Xingu Vivo, criando situações que coloquem a opinião pública local e nacional contra as pacíficas manifestações que ocorreram em Altamira. O outro objetivo é facilitar ações judiciais contra os que participam deste movimento. Deve-se lembrar que nos últimos 15 dias dois interditos proibitórios, graciosamente solicitados pela NESA e prontamente acatados pela justiça de Altamira, foram emitidos contra o Movimento Xingu Vivo e alguns de seus componentes.

Criminalizar os protestos, as lideranças, os movimentos, as organizações sociais e todos que se opõem aos planos que o capital tem para a natureza, têm sido ação recorrente das elites econômicas, empreiteiras, mineradoras, empresários e políticos corruptos, e seus representantes no executivo e judiciário. Mesmo assim, os ativistas que lutam pela implantação de um sistema verdadeiramente justo, equilibrado e que respeite a mãe-terra, continuarão firmes em defesa da floresta, do rio e da vida.



[1] Pesquisador do Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS), mestre em Planejamento do Desenvolvimento, componente do Fórum Social Pan-amazônico e do Comitê Xingu Vivo.