segunda-feira, 30 de abril de 2012

1º de Maio – OIT considera situação do desemprego extremamente alarmante

Natasha Pitts
Jornalista da Adital


Nesta segunda-feira (30), véspera do Dia Internacional do Trabalhador – 1º de Maio - a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou o Relatório sobre o Trabalho no Mundo 2012: Melhores empregos para uma economia melhor. O documento faz uma análise da situação do emprego no mundo e aponta que ela está se deteriorando sem indicativos de que deve melhorar em curto prazo.

Desde o ano passado, os mercados laborais vêm sendo afetados pela desaceleração do crescimento mundial. A isto se soma o fato de que estes mercados ainda não estavam totalmente recuperados da crise econômica que despontou em 2008. O resultado é que hoje faltam 50 milhões de empregos no mundo se comparado com a situação que se tinha antes da crise econômica mundial de quatro anos atrás.
"É pouco provável que durante os próximos dois anos a economia mundial cresça a um ritmo suficiente para reduzir o atual déficit de emprego, e oferecer trabalho a mais de 80 milhões de pessoas que se calcula que entrarão no mercado de trabalho durante este período”, avalia o relatório da OIT.

Mesmo com o crescimento econômico apresentado por algumas regiões, a situação pode ser definida como extremamente alarmante. A OIT alerta que está surgindo uma nova e mais intensa fase de crise mundial do emprego. Isto se deve a uma soma de fatores. O primeiro é a combinação entre austeridade fiscal e drásticas reformas trabalhistas, plano adotado por governos com economias avançadas.

"A excessiva importância que muitos países da eurozona estão dando à austeridade fiscal está aprofundando a crise do emprego e poderia inclusive conduzir a outra recessão na Europa, explicou Raymond Torres, diretor do Instituto Internacional de Estudos do Trabalho e um dos autores do relatório.

Outro fator é a perda de competência e desmoralização das pessoas que buscam trabalho em países com economias avançadas. A OIT também esclarece que as pequenas empresas estão tendo dificuldade em acessar crédito, situação que impossibilita a criação de novos postos de trabalho. Dessa forma, nos países que adotaram este plano, em especial nos países da Europa, não se vislumbra uma recuperação do emprego antes de 2016.

O relatório também acrescenta que a crise mundial do emprego é reforçada pela criação de empregos precários. Em 26 das 50 economias pesquisadas, as chamadas ‘formas não convencionais de emprego’ se incrementaram nos últimos anos.

"No entanto, alguns países conseguiram gerar empregos e ao mesmo tempo melhorar a qualidade do trabalho, ou pelo menos um de seus aspectos. Por exemplo, no Brasil, Indonésia e Uruguai as taxas de emprego aumentaram e a incidência de trabalho informal diminuiu. Isto se deve à introdução de políticas sociais e trabalhistas adequadas”, explica o informe.

Mais um fator que colabora para a crise do emprego mundial é a degradação do clima social e o consequente aumento das tensões. No Índice de Tensão Social apresentado no relatório, em 57 dos 106 países analisados o risco de tensão social cresceu em 2011 se comparado com 2010. As regiões com maior incremento foram África Subsaariana e Oriente Médio e África do Norte.

Além da crise do emprego, estas medidas provocam consequências como o aumento da taxa de pobreza na metade das economias desenvolvidas e em um terço das economias em desenvolvimento e o crescimento da desigualdade na metade dos países desenvolvidos e em um quarto dos países em desenvolvimento.

O desemprego juvenil também aumentou 80% nos países desenvolvidos e dois terços nas economias em desenvolvimento. Já em 26 dos 40 países dos quais se tem dados foi possível constatar que a quantidade de trabalhadores amparados por acordos coletivos de trabalho diminuiu entre 2000 e 2009.

Para combater esta deterioração cada vez mais séria do emprego e suas graves consequências a OIT propõe a adoção de uma combinação de políticas favoráveis à criação de emprego, baseada em impostos e no aumento dos investimentos públicos e benefícios sociais. Desta forma, ao menos nas economias avançadas seria viável a criação de cerca de dois milhões de postos de trabalho.

Fonte: Adital

domingo, 29 de abril de 2012

A ÁGUIA E A SETA

Autor: Esopo

Uma águia pousada num penhasco olhava com muita atenção para todos os lados procurando uma presa. Um caçador, escondido numa fenda da montanha e em busca de caça, viu a águia lá em cima e lançou uma seta. A haste da seta penetrou no peito da águia e atravessou seu coração. Pouco antes de morrer, a águia fixou os olhos na seta:

- Ah, sorte ingrata! – exclamou. – Morrer desse jeito... Mas o mais triste é ver que a seta que me mata tem penas de águia!




Moral da história:
As desgraças para as quais nós mesmos contribuímos são duplamente amargas.





sábado, 28 de abril de 2012

A CIDADANIA SE DIFUNDINDO SOBRE A TERRA

Cerca de 3.000 mil pessoas realizaram hoje no Bairro Fonseca, um gesto que precisa ser repetido e valorizado. Destas, cerca de 2.500 pessoas foram atendidas no 1º Mutirão Comunitário de Cidadania, realizado hoje pela manhã pela Comunidade de Nossa Senhora de Lourdes. “Que a Cidadania se difunda sobre a Terra”, este foi o tema que a comunidade escolheu para celebrar seus 40 anos de evangelização, contando com o apoio total do Conselho de Cidadania Permanente e a presença maciça de parceiros, aliados e amigos. A manhã do dia 28 de abril de 2012 transformou a Rua Alzira Fonseca em um grande espaço de Cidadania, Solidariedade, Doação e Alegria.

Era visível tanto nos rostos daqueles que doavam um pouco do seu tempo e de seus serviços, como daqueles que eram beneficiados por estes, a alegria e satisfação. E assim as quase 05 horas de serviços passaram tão depressa que ninguém percebeu.

Um morador da rua disse que em 40 anos que ali mora nunca viu um momento tão alegre, com tanta gente bonita. Tudo isto era embalado pela boa musica ao vivo do artista MC Marcos.

Exames oftalmológicos, de Toque, Consulta com Nutricionistas, Pediatria, Consultas Jurídicas, Orientação Previdenciária, Trabalho com e para os Idosos, para pessoas com necessidades especiais, Primeiros Socorros, Aferição da Glicemia e da Pressão, Orientações e distribuição de remédios Fitoterápicos, Corte de Cabelo, Pintura de Unhas, Oficinas de Arte, Orientações para os jovens, Recadastramento do Cartão do SUS, Vacinação contra a gripe e uma diversidade de serviços foram prestados.

Para os membros do CCP e da Comunidade de Lourdes, este foi um momento de colocar todo o aprendizado daquele que nos motiva, em prática: “Eu vim não para ser servido, mas para servir e dar a vida por resgate de muitos" (Mc 10,45) e que assim a Cidadania se difunda sobre a Terra.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

1º MUTIRÃO COMUNITÁRIO DE CIDADANIA

ACONTECE NESTE SABADO, DIA 28 DE ABRIL DE 2012, O 1º MUTIRÃO COMUNITÁRIO DE CIDADANIA, COMEMORANDO OS 40 ANOS DA COMUNIDADE NOSSA SENHORA DE LOURDES, DA PARÓQUIA SANTA RITA DE CÁSSIA, EM ITABUNA.

A comunidade Nossa Senhora de Lourdes, da Paróquia Santa Rita de Cássia, localizada no Bairro Fonseca celebra neste mês de abril, 40 anos de Evangelização a serviço da Vida. Conjuntamente com o Conselho de Cidadania permanente - CCP, realizarão o 1º Mutirão Comunitário de Cidadania.

O Evento acontecerá no dia 28 de abril de 2012, nos espaços da Comunidade N. S. de Lourdes, Bairro Fonsêca, Rua Edite Fonsêca das 8:00h ás 13:30h, com o tema: “Que a Cidadania se difunda sobre a Terra”. Tendo como principal objetivo: “A construção e garantia da cidadania e resgate da autoestima, proporcionando qualidade de vida para comunidade”.

Haverá prestação de serviços médicos, jurídicos, previdenciários, corte de cabelos, orientações das mais diversas áreas, recadastramento do cartão do SUS, medição das taxas de glicemia, pressão, e muitos outros serviços. Haverá prioridades para o atendimento aos moradores do Bairro Fonsêca e comunidades adjacentes. Como sempre haverá um espaço especifico para atendimento as pessoas com necessidades especiais. Participação do Ministério Público, Defensoria Pública do Estado, Ordem dos Advogados da Brasil (Subsecção de Itabuna), Hospital de Olhos Beira Rio, Laboratório LIDI, Prefeitura Municipal de Itabuna, através das Secretarias de Bem Estar Social, Secretaria de saúde, Setran, profissionais liberais (médicos e advogados) , prestadores de serviços, Biboca cabeleireiros, Farmácia Letícia, Clinica Espaço e saúde,

VOCÊ NÃO PODE FALTAR. ESTAMOS ESPERANDO POR VOCÊ!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Povo de Galdino Pataxó Hã-Hã-Hãe segue firme na luta pela Terra Sem Males


Inserido por: Administrador em 23/04/2012.
Fonte da notícia: Cimi - Assessoria de Comunicação
Por Renato Santana,
de Itabuna (BA)



“A minha aldeia tem
Belezas sem plantar
Eu tenho o arco, eu tenho a flecha, eu tenho a raiz para curar
Viva Jesus, Viva Jesus, Viva Jesus
Que nos veio trazer a luz”

Toré Pataxó Hã-Hã-Hãe


Ao invés do mármore frio, os túmulos dos cemitérios da Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, sul da Bahia, se misturam à mata. Quanto mais velho é o morto, mais a vegetação se espraia sobre a terra. Longe de ser sinal de abandono, para o povo Pataxó Hã-Hã-Hãe é o cumprimento da profecia do ancião Samado Bispo dos Santos, uma das tantas lideranças que empenharam a própria vida na retomada completa do território indígena: sirvo de adubo para essa terra, mas daqui não saio. Num desses lugares sagrados, onde os índios se misturam ao seu bem mais precioso, está Galdino, morto há 15 anos, depois de ser queimado por cinco jovens de classe média alta, num ponto de ônibus da capital do país.

Familiares de Galdino: a filha, o neto, o genro
e a viúva.
 Galdino é índio Pataxó Hã-Hã-Hãe. De forma tímida, alguns jornais lembraram os 15 anos da morte do indígena, mas sem o atrelar aos episódios recentes no sul da Bahia. O que era para ser uma data simbólica de renovação do compromisso do Estado com os povos indígenas, tornou-se apenas mais uma praça no local em que o índio foi martirizado. Nem mesmo a terra pela qual Galdino lutava em Brasília foi garantida pelas autoridades. Porém, 15 anos depois do assassinato do indígena, estando impunes os que o mataram e invadiram suas terras, o povo Pataxó Hã-Hã-Hãe decidiu por reocupar cada palmo dos 54,105 mil hectares da Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu. Desde janeiro, o número de áreas retomadas passam de 70. Como acontece há quase um século, a caminhada rumo à plenitude do território tradicional é marcada pela violência e criminalização.

Na entrada do município de Pau Brasil, um grupo da tropa de elite da Polícia Militar baiana, fortemente armado, revista veículos e indaga os ocupantes. Desde o início das retomadas indígenas, Pau Brasil, Itajú do Colônia e Camacan, cidades que abrangem a terra indígena, foram invadidas por pistoleiros, na maior parte das vezes tratados como seguranças das fazendas. São estes jagunços, com armas de grosso calibre, conforme revelou matéria do jornal Folha de S. Paulo na edição do dia 21 de abril, que vão para o confronto com os indígenas. Na mesma reportagem, fazendeiros afirmam que pretendiam retirar os indígenas da fazenda para não dar a entender ao Supremo Tribunal Federal (STF), que vota a nulidade dos títulos dos invasores, que a questão já está resolvida. Desde a primeira retomada dos Pataxó Hã-Hâ-Hãe, estes ‘seguranças’ já executaram em emboscadas mais de 30 lideranças do povo. Como ainda restam áreas não retomadas, os pistoleiros ficam pela cidade, ameaçando moradores, ou buscando se entrincheirar nas fazendas em posse dos invasores.

Se por um lado a pistolagem faz parte do cotidiano dos indígenas, notícias plantadas na imprensa baiana, sobretudo pela Rede Globo, reverberam declarações de líderes de sindicatos rurais dando conta de que os Pataxó Hã-Hã-Hãe são invasores de terras, assassinos e uma ameaça para a vida social e econômica da região. Os indígenas nunca recebem espaço equânime e informações oficiais da polícia que desconstroem as acusações são omitidas. Em conversa informal, a delegada da Polícia Federal de Ilhéus Denise Dias afirma que os policiais nunca comprovaram a existência de reféns nas áreas retomadas pelos indígenas e tampouco as denúncias de sequestros, desaparecimentos e assassinatos de fazendeiros ou trabalhadores rurais. No entanto, é taxativa ao dizer que os dois lados estão armados.

“Os índios não mataram nenhum fazendeiro e nenhum pistoleiro. Em todos esses anos de luta, foram mais de 30 lideranças nossas assassinadas. Fizemos o trabalho sem matar ninguém, porque fazemos pelo sangue derramado do nosso povo. Totalmente diferente do que eles contam”, justifica o cacique Nailton Muniz Pataxó Hã-Hã-Hãe. O povo possui mais de um cacique e Nailton é um dos mais antigos. Ele lembra do massacre sofrido por seu povo para justificar a recente onda de retomadas: “Sentimos também o desejo de políticos nas nossas terras e isso acumulou em nós a preocupação de nunca mais a termos. Fora o projeto de uma hidrelétrica no rio Pardo. Nós sabemos que se for realizada essa construção, uma parte importante da nossa terra se perderá”, pontua. Não se esquece de Galdino e de outros mortos na luta pela terra: “Completa agora 15 anos da morte de Galdino. Queria ter aqui a alegria de estar em paz em nosso território. Queria ver os assassinos do Galdino e de outras lideranças presos. Queríamos prender o fazendeiro que castrou o índio Djalma, que arrancou suas unhas, arrancou os dentes, o couro cabeludo, que o fez engolir os testículos e um quilo de sal até morrer”.

Cacique Ilza Rodrigues da Silva salienta que as ocupações foram pacíficas, mas a postura dos jornais e das elites agrária e política é de criminalizá-los. A Polícia Federal acompanha de perto as ações, assim como a Fundação Nacional do Índio (Funai) está sempre nas retomadas. A comunidade indígena, conforme Ilza, é bem vista pela população de Pau Brasil, um dos rebolos do conflito, porque sabe que os indígenas são importantes para a cidade. “Acusam os índios de praticar mortes, como a de Ana Maria que foi pelas mãos dos pistoleiros. Queremos que investiguem. Os fazendeiros dizem que são seguranças: eu penso que segurança é a polícia, o que tem ali são pistoleiros. Não queremos tirar a vida de ninguém, não temos esse direito. O direito que nós temos é sobre a terra. À vida todos têm direito, assim como nós índios”, diz.


Vaqueiros retiram parte das 20 mil cabeças de
gado de uma das fazendas retomadas
 A situação de ocupação do território pelos indígenas nunca é fixa. Algumas fazendas retomadas foram recuperadas pelos pistoleiros, sobretudo na região do rio Pardo. O que é certo é que não há mais fazendeiros, trabalhadores ou gado nas áreas. Conforme o cacique Gerson de Souza Melo, dos 54 mil hectares, ao menos 50 mil estão na posse dos indígenas. Por isso os conflitos são permanentes, caso do indígena baleado na perna enquanto pescava numa das fazendas, do incêndio no pasto em área retomada pelos indígenas e de um caminhão de fazendeiro também incendiado.


Memória e resistência

Como num eclipse alinhando a terra, o sol e a  lua, outras datas se somam aos 15 anos da morte de Galdino e representam a memória usada pelos indígenas para, desde 1º de janeiro deste ano, tocarem uma série de retomadas que garantiram a ocupação de quase a totalidade das áreas invadidas por fazendeiros desde a década de 1940. Tais invasões foram facilitadas pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), que passou recibos de arrendamentos de lotes da terra indígena aos latifundiários, mesmo com ela demarcada e já da União. Duas décadas depois, nos anos 1960, a ocupação irregular motivou o então governador baiano Antônio Carlos Magalhães a emitir títulos de posse ilegais aos ‘proprietários’ para ‘legalizar’ a situação dos invasores. A justificativa era de que naquela região os índios estavam extintos. São esses títulos que estão em votação pelos ministros do STF, que decidirão se eles são válidos ou não. O processo corre desde 1982, ou seja, há 30 anos.

No último dia 20 de abril, os Pataxó Hã-Hã-Hãe trouxeram à memória do povo os 20 anos da morte da índia Barretá, retirada da condição de isolamento pela equipe de atração de José Brasileiro, homem do SPI no Posto Indígena Caramuru que coordenou o arrendamento da terra indígena. Barretá falava a língua Pataxó Hã-Hã-Hãe e antes de morrer, já com idade bem avançada, deixou uma cartilha oral, subsídio usado nas tentativas de se recuperar a fala do povo. A índia foi retirada da mata à força ao lado de outros índios, entre eles Onhak, Zé Índio, Maria Butx e Txitxiá. Juntos viviam numa aldeia chamada Pedra do Couro Danta, na base de um grande rochedo. A área estava dentro das 50 léguas em quadra (mais de 200 mil hectares) proposta inicialmente pelos trabalhos fundiários de 1926, que a demarcação de 1936 reduziu para 54 mil hectares e deixou de fora a aldeia. A violência na região, portanto, atende aos casos mais clássicos de massacres cometidos contra as populações indígenas nas Américas.


Grupo Pataxó Hã-Hã-Hãe em fazenda retomada no
último domingo. Fotos: Renato Santana
O cacique Nailton, como todos na Terra Indígena Caramuru-Paraguassu, desde pequenos convivem sob esse estigma. Nailton nasceu numa aldeia chamada Rancho Queimado, que tem esse nome pelo fato de que no lugar foi construído um rancho para os marcadores delimitarem a terra indígena, em 1926. Os fazendeiros atearam fogo na moradia e daí surge a denominação da aldeia. Apenas dez anos depois os trabalhos foram retomados. Iline Brasileiro da Silva lembra o período posterior à demarcação. Durante a década de 1940 ele viveu no posto indígena ao lado de seu pai, José Brasileiro. “O SPI mandava arrendar as terras. Foram muitas mortes mesmo. Todo fazendeiro era arrendatário e os que não eram meu pai expulsava”, lembra Iline numa esquina pacata de Itaju do Colônia.

Era um tempo, de acordo com depoimentos deixados por Barretá, em que os indígenas chamavam seus algozes, fossem da SPI ou fazendeiros, de papai. “Ela dizia que os castigavam amarrando-os na árvore (que está na aldeia até hoje) sob o sol, com espancamentos e davam sal para eles comerem. Nesse sofrimento, os índios choravam e chamavam: papai, papai, papai. Tudo isso justifica retomarmos o que é nosso e foi roubado com muito sofrimento do nosso povo”, ataca o cacique Reginaldo Pataxó Hã-Hã-Hãe.

Ele aponta a aldeia Barretá como o marco zero da posse dos indígenas sobre o território, pois ali foi montado o Posto Indígena Caramuru, foram feitas as atrações e dali as medições da terra partiram. Ele explica que o objetivo das retomadas não é só para garantir a posse da terra, mas também as riquezas naturais que existem já reduzidas pela ação depredatória da pecuária. “Nos preocupamos em reocupar a área até que o STF julgue. Assim podemos garantir que as terras estejam em nossas mãos. Queremos garantir aos nossos filhos a posse da terra e a recuperação das riquezas naturais”, define. Reginaldo salienta, no entanto, que as retomadas trouxeram ameaças e hoje não se pode caminhar pelos municípios do entorno.

“Esses dias saiu matéria de demissões no comércio e usaram um lugar que já estava fechado há muitos e muitos anos. Dados do IBGE de 2010 mostram que os índices sempre foram baixos em Itjau do Colônia, por exemplo. O município vive de receita do governo federal e não tem nada que cria receita. Há sim um latifúndio criador de gado; esses bois não ficam no município e tampouco trazem recursos. Com essas terras em nossas mãos, vamos gerar renda para o município, porque defendemos a diversidade e a não exploração capitalista das terras. Com fé em Tupã vamos vencer”, ressalta.

Depoimento: ameaças de morte e medo

Cacique Gerson Pataxó Hã-Hã-Hãe:

“Eu já fui sequestrado por fazendeiro, preso duas vezes, saí em porta mala de fusca da cidade. Depois que me elegi vereador, o carro da Funai que me levava para as sessões e buscava. Foi atacado e ficou crivado de tiros. Tem um pistoleiro chamado de Remilson e mandou recado dizendo que só sai da área quando estourar minha cabeça. Já me caçaram na estrada. Corro risco de morte. Isso já vem de muitos anos. Eu estou com medo de morrer”.

“A violência aumentou. Não deixam nem o carro pipa entrar na área para trazer água para a comunidade. Estamos com 1.200 alunos sem estudar, porque não podem sair da terra indígena. Esperamos que o julgamento saia logo. A terra da gente foi demarcada em 1936. Essa ação que está no supremo é para julgar nulidade de título, não a demarcação. Então, como é que o STF vai julgar como legítimo os títulos se a terra é da União? Como o governo da Bahia dá título de uma terra que não é dele? Pedimos aos ministros que pensem nisso”.

As declarações são ainda mais contundentes quando se observa o tempo levado para a decisão da Justiça. No processo do STF está claro: dos 396 réus do processo, 336 já foram indenizados. A maioria não possui títulos de posse e já foram até indenizados pela Funai. Além disso, quatro perícias foram feitas e que comprovaram a ocupação nos 54,105 mil hectares. “Numa das fazendas do Durval Santana que ainda não retomamos está um dos marcos”, se indigna Gerson. O sentimento se expande aos outros caciques. Caso do jovem Josivaldo Reis dos Santos.

“Aqui queremos a terra. Índio não quer casa bonita, sede de fazenda. Queremos a terra, que é nossa. Somos um povo de raízes e aqui é nossa casa. Perto dos dez anos de idade começo a lembrar de muita gente que morreu. Samado, meu avô, foi preso pelos homens de Geno (primeiro fazendeiro de quem os indígenas retomaram terras) e trancado dentro de um banheiro cheio de imundices. Isso é considerado tortura hoje em dia. Os mais velhos correram longas datas pelo mato para fugir de pistoleiros”, encerra Josivaldo.



domingo, 22 de abril de 2012

O LOBO E A CEGONHA

Autor:  Esopo


Um lobo devorou sua caça tão depressa, com tanto apetite, que acabou ficando com um osso entalado na garganta. Cheio de dor, o lobo começou a correr de um lado para outro soltando uivos, e ofereceu uma bela recompensa para quem tirasse o osso de sua garganta. Com pena do lobo e com vontade de ganhar o dinheiro, uma cegonha resolveu enfrentar o perigo. Depois de tirar o osso, quis saber onde estava a recompensa que o lobo tinha prometido.

- Recompensa? – berrou o lobo. – Mas que cegonha pechinchona! Que recompensa, que nada! Você enfiou a cabeça na minha boca e em vez de arrancar sua cabeça com uma dentada deixei que você a tirasse lá de dentro sem um arranhãozinho. Você não acha que tem muita sorte, seu bicho insolente! Dê o fora e se cuide para nunca mais chegar perto de minhas garras!


Moral da história:

Não espere gratidão ao mostrar caridade para um inimigo.

domingo, 15 de abril de 2012

MANIPULAÇÃ​O DA REDE GLOBO EM PATAXÓ HÃ HÃ HÃE

Cacique Akanawan Pataxó Hã-Hã-Hãe


A rede globo de televisão, mais uma vez chegou com sua “esquadra voante”, pousou em terra sagrada pertencente aos índios Pataxó Hã, Hã, Hãe, e mais uma vez, assim como fizera em outras terras sagradas para todos os indígenas, a exemplo das Aldeias Raposa Serra do Sol e Barra Velha, ardilosamente, erguera a “cruz de malta”, desembainhou suas espadas, apontou seus canhões e partiu em busca de suas “presas”. Foi com matéria programada, montada e combinada, sobre a questão fundiária, que o repórter da famigerada rede globo de televisão, Jose Raimundo, percorrera a fazenda do invasor Armando Pinto, local próximo onde ocorrera o assassinato da dona de casa Ana Maria, no qual pistoleiros encapuzados, sabidamente a mando de pessoas miseráveis, com o intuito de incriminar os indígenas, executaram mais uma pessoa, nos limites próximos da pobre cidade de Itaju do Colônia, berço dos ancestrais indígenas que povoaram aquela região e dos seus atuais descendentes, que ainda lutam para retomar as áreas que foram invadidas por fazendeiros inescrupulosos.

Assim como fez na aldeia indígena Raposa Serra do Sol, em dias de julgamentos, não fora diferente na Aldeia Indígena Caramuru Catarina Paraguaçu, área legalmente demarcada pelo Governo Federal, a podre rede globo de televisão, por intermédio do seu repórter, citou, de maneira tendenciosa, a morte da dona de casa, passando para o público que foram os indígenas os autores do crime, deslocou-se até a fazenda, local próximo ao crime, sem ter ido ao local exato onde ocorrera o assassinato, entrevistou um policial militar e nenhum agente da Policia Federal, e, por incrível que pareça, o comando militar da Bahia disse que tem medo do que esta acontecendo na região de Itaju do Colônia. Ora, se eles, que tem a força militar, estão com medo, o que dizer dos cidadãos moradores da cidade de Itaju do Colônia e região próxima, que pagam seus impostos, para que o Estado lhes proporcionem segurança, e estes afirmar que estão com “medo”? E, algo também absurdo, fora o que o Delegado da Polícia Civil, de Itaju do Colônia que, afirmou em entrevista no dia 10/04/2012 ao BATV, emissora filiada à mesma rede globo de televisão, que foram pistoleiros os autores do crime, porém, para espanto de todos, no dia, (13/04/2012), em entrevista ao jornal nacional, o mesmo delegado, de forma patética, afirmou que os índios possuem armas privativas do Exercito, como se fossem os indígenas quem cometeram o assassinato, mesmo sabendo que há relatório da Policia Federal afirmando o contrário, após cumprimento de mandado de busca e apreensão de armas na área indígena .

Questionamos: Por qual motivo, o delegado da policia civil de Itaju do Colônia, afirmara ao repórter da rede globo de televisão, que os indígenas possuem fuzil, já tendo conhecimento de que, segundo a pericia, a morte da vítima Ana Maria, ocorreu em consequência de tiro de fuzil? O que levou o delegado mudar suas palavras em entrevista à rede globo de televisão? São detalhes que tem que ser analisado, pois o que percebemos é que há uma grande manobra diante disso tudo. O repórter José Raimundo, maldosamente, pergunta a um indígena, “o que estava sendo produzindo a terra?”, mas o que plantar nessa terra? Após a destruição da natureza provocada pelos fazendeiros invasores, só restou caatinga, os latifundiários invasores arrancaram a “roupa” dessa terra, sagrada para os índios, secaram os rios, destruíram a fauna e a flora, deram ao nosso município morte precoce. Os pastos são verdadeiros capoeirões abandonados, casas destruídas, cercas acabadas.

É lamentável que, em pleno século XXI, redes de televisão ainda estão promovendo atos de desrespeito, discriminação e autoritarismo, como se ainda não estivéssemos saído do triste período de ditadura militar, que, inclusive, contou com a colaboração da mesma rede de televisão. A Comunidade Indígena Pataxó Hã Hã Hãe repugna, completamente, todos os atos da reportagem exibida pela rede globo de televisão, no dia 13/04/2012, no jornal nacional. Onde maldosamente tenta passar para o povo brasileiro, a imagem negativa dos povos indígenas, porém temos consciência de que ela não logrará êxito, porque os cidadãos brasileiros já estão vacinados contra as armações desta rede de televisão.
 
(*) Cacique do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe no municipio de Itajú do Côlonia.

O LEÃO E OS TRES TOUROS

Autor: Esopo


Três touros pastavam juntos e tranqüilos desde longa data.


 
Um leão, escondido no mato, os espreitava na esperança de fazer deles seu jantar, mas estava receoso de atacá-los enquanto estivessem juntos.


 
Finalmente, por meio de ardilosos e traiçoeiros discursos ele conseguiu separá-los. E tão logo eles pastavam sozinhos atacou-os sem medo, e, devorou-os um após o outro à sua própria vontade.

Moral da história:

A união gera a força. A divisão nos enfraquece e nos deixa vulnerável
.



domingo, 8 de abril de 2012

O PASTOR E O LEÃO

Frequentemente acabamos por desejar um suposto benefício apenas impressionados pela aparência. Mas, às vezes o tal benefício pode não passar de uma simples e equivocada ilusão... Vejamos mais uma fábula do Esopo, e que ela nos ensina.

O PASTOR E O LEÃO.

Autor: Esopo

 
Certo dia, ao contar suas Ovelhas, um Pastor chegou à conclusão que algumas estavam faltando. Muito bravo, aos gritos, cheio de presunção e arrogância, disse que gostaria de pegar o responsável por aquilo e puni-lo, com suas próprias mãos, da forma merecida.

Suspeitava de um Lobo que vira afastar-se em direção a uma região rochosa entre as colinas, onde existiam cavernas infestadas deles.

Mas, antes de ir até lá, fez uma promessa aos deuses, dizendo que lhes daria em sacrifício, a mais gorda e bela das suas Ovelhas, se estes lhes ajudassem a encontrar o ladrão.

Após procurar em vão, sem encontrar, nenhum Lobo, quando passava diante de uma grande caverna ao pé da montanha, um enorme Leão, saindo de dentro, põe-se à sua frente, carregando na boca uma de suas Ovelhas. Cheio de pavor o Pastor cai de joelhos e suplica aos deuses:

"Piedade, bondosos deuses, os homens não sabem o que falam! Para encontrar o ladrão ofereci em sacrifício a mais gorda das minhas ovelhas. Agora, prometo-lhe o maior e mais belo Touro, desde que faça com que o ladrão vá embora para longe de mim!"

Conclusão: Quando encontramos aquilo que procuramos, logo tende a cessar nosso interesse inicial.


Moral da História:

Se os benefícios de uma coisa não nos são garantidos, devemos pensar duas vezes antes de desejá-la.





quarta-feira, 4 de abril de 2012

PROVA DE AMOR MAIOR NÃO HÁ QUE DOAR A VIDA PELO IRMÃO

Autores: Mesters, Lopes e Orofino


Prova de Amor maior não há que doar a vida pelo irmão!
Lavar os pés uns dos outros
                                 (João 13,1-17)



Extraído do Livro Raio-X da Vida - Círculos Bíblicos do Evangelho de João. Autoria de Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino.

OLHAR DE PERTO AS COISAS DA NOSSA VIDA

Somos convidados a meditar sobre a última ceia de Jesus com os seus amigos. Durante a ceia, Jesus se levanta para lavar os pés dos seus discípulos. Um gesto que era próprio dos empregados. Pedro não entende o gesto e não quer que Jesus lave seus pés. Ele não aceita este serviço da parte de Jesus. Acha que ia contra a dignidade de Jesus lavar os pés dos seus discípulos. Ele não entende que prova de amor maior não há do que doar a vida pelo irmão. A verdadeira prática religiosa é o serviço amoroso aos pobres, aos irmãos e irmãs.

SITUANDO

O Evangelho de João tem uma dinâmica que envolve os leitores e as leitoras. No primeiro livro, o Livro dos Sinais (1,19 a 11,54), vimos a revelação progressiva que Jesus fazia de si e do Pai. Pouco a pouco, a gente ficou sabendo quem é Jesus e qual a missão que recebeu do Pai. Paralelamente a esta revelação, apareciam a aceitação por parte do povo e a resistência por parte das autoridades religiosas. No fim, o balanço foi o seguinte: O grupo fiel dos discípulos e das discípulas, mesmo sem entender tudo, aceitou Jesus, acreditou nele e se comprometeu com ele. O outro grupo dos judeus resistiu e acabou rompendo com Jesus, querendo matá-lo.

O segundo livro, o Livro da Glorificação, que estamos iniciando neste círculo, tem uma outra dinâmica. Na primeira parte (Jo 13 a 17), Jesus se reúne com o grupo fiel na última ceia. Na segunda parte (Jo 18 e 19), o outro grupo toma as providências para executar o plano de matar Jesus. Na terceira parte (Jo 20 e 21), Jesus ressuscitado reencontra a comunidade e a envia em missão, a mesma que ele recebeu do Pai.


COMENTANDO

João 13,1: A passagem, a Páscoa de Jesus

Finalmente, chegou a hora de Jesus fazer a passagem definitiva deste mundo para o Pai. Esta passagem através da morte e ressurreição é motivada pelo amor aos amigos: "Tendo amado os seus, amou-os até o fim!" É o êxodo, a páscoa de Jesus, que vai abrir a passagem para todos nós, de volta para o Pai.


João 13,2-5: O lava-pés - dois contrastes

Chama a atenção a maneira contrastante como João apresenta a cena do lava-pés. Ele diz que Jesus e os discípulos se encontram à mesa numa refeição. Para os judeus, a comunhão de mesa era um momento de muita intimidade, onde só participavam os maiores amigos. Mas aqui, Judas, que já tinha decidido entregá-lo, está presente e participa. O amor de Jesus é maior. Ele aceita Judas na mesa. Este é o primeiro contraste. Há um outro. Jesus veio do Pai e volta para o Pai. Mesmo sendo de condição divina (JO 14,10-11; Fl 2,6), ele assume a atitude de empregado e de escravo. Coloca um avental e começa a lavar os pés dos discípulos. Começa a realizar a profecia do Servo de Deus (Is 42,1-9). É a imagem do Deus servidor que contrasta com a imagem do Deus todo-poderoso.


João 13,6-11: Reação de Pedro

Pedro reage. Não quer aceitar que Jesus lhe lave os pés. Jesus diz que, se Pedro não aceitar que lhe lave os pés, não vai poder ter parte com ele. O que significa isto? É que Pedro tinha dificuldade em aceitar Jesus como o Messias Servo que sofre. Pedro queria um Messias-Rei que fosse forte e dominador. Nos outros evangelhos, Pedro recebe a crítica de Jesus: "Vai embora, Satanás!" (Mc 8,33). Ele tem que mudar de ideia e aceitar Jesus do jeito que Jesus é, e não um Jesus de acordo com o seu próprio gosto.

João 13,12-17: Bem-aventurança da prática

Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vira o avental, recoloca o manto, senta novamente na cabeceira da mesa e começa a comentar o gesto. Ele pergunta: "Vocês entenderam o que eu fiz?" Parece que não tinham entendido, começando por Pedro. E continua: "Se eu, sendo mestre e senhor, lavei os pés de vocês, vocês também devem lavar os pés uns dos outros". Em outras palavras, quem quer ser o maior deve ser o menor e o servidor de todos. Aqui, nesta prática humilde do serviço, está a raiz da verdadeira felicidade: "Se vocês compreenderem isto e o praticarem, serão felizes!" Diz a Primeira Carta de João: "Filhinhos, não amemos com palavras nem a língua, mas com ações e em verdade! (1Jo 3,18).


ALARGANDO

A Última Ceia e o Lava-Pés no Evangelho de João

Mateus, Marcos e Lucas descrevem como Jesus instituiu a Eucaristia durante a última ceia. João descreve a última ceia, mas não descreve a instituição da eucaristia. Será que esqueceu ou achou que não era importante? É que João tem a sua maneira de descrever a Ceia Eucarística.

Ela está no capítulo 6, onde fala da multiplicação dos pães para o povo (Jo 6,5-15). Está no longo discurso sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-71). Está aqui no capítulo 13, onde insiste no serviço amoroso, simbolizado no lava-pés (Jo 13,1-17). Está no capítulo 19, onde descreve a morte de Jesus como cordeiro pascal (Jo 19,31-37).

A ceia narrada no evangelho de João é bem diferente daquela narrada nos outros evangelhos. Aqui no quarto evangelho não se fala em comer o corpo e beber o sangue de Jesus num memorial até que ele venha (1Cor 11,23-26).

No Evangelho de João, o pão e o vinho são substituídos pelo gesto de lavar os pés de seus discípulos e discípulas. Gesto de amor e de entrega que precede e conduz à sua glorificação. "Tendo amado os seus, Jesus amou-os até o fim" (Jo 13,1). Este mandamento de serviço e de amor é que purifica qualquer pessoa que queira seguir Jesus (Jo 15,3).

O gesto de lavar os pés não é feito antes da ceia, mas durante a ceia. Jesus não quer fazer um mero gesto de purificação ou higiene. Durante a ceia (Jo 13,2) ele se levanta, tira o manto, que é um gesto de entrega e serviço (Jo 13,4), e ele mesmo derrama a água na bacia para lavar os pés de seus discípulos. Quando chega diante de Pedro, este toma o gesto de Jesus como se fosse de fato um gesto ritual de purificação e não aceita que Jesus lhe lave os pés (Jo 13,6-11). Jesus corrige a interpretação de Pedro e dá o sentido verdadeiro. O gesto do lava-pés significa que a verdadeira purificação acontece na entrega e no serviço (Jo 13,10). Significa também que Jesus é o Messias-Servo, anunciado por Isaías (Is 42,1-9). Por isso, se Pedro não aceitar tal gesto, não poderá estar em comunhão com Jesus (Jo 13,8). Para Jesus, os que aceitam sua mensagem, suas palavras e seus gestos, estão puros e prontos para o Reino. O que purifica a pessoa não é a observância da Lei, mas sim a prática das palavras de Jesus. Quem for capaz de amar como Jesus amou, receberá o Espírito que é serviço gratuito aos irmãos e irmãs (Jo 13,34-35). Este exemplo dele nos deixou (Jo 13,15). Mas na ceia nem todos estavam puros (Jo 13,11). O adversário se fazia presente em Judas (Jo 13,2). Mesmo assim, Jesus lava os pés de Judas antes que ele saia para cumprir sua missão (Jo 13,21-30). O amor vence o ódio!


O Livro da Glorificação e a hora de Jesus

O Livro da Glorificação (Jo 13,1 a 20,31) é chamado assim porque mostra a realização plena de tudo que Jesus vinha prometendo enquanto fazia os sete sinais nos capítulos anteriores. O Livro da Glorificação começa com a frase: "Sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13,1). Finalmente, chegou a hora de Jesus ser glorificado pelo Pai (Jo 12,23.27-28; 13,31; 17,1) e de ele nos revelar o verdadeiro rosto do Pai, que é o amor (1Jo 4,8.16). A frase mostra que Jesus está disposto a levar até o fim sua obra de revelar o amor do Pai.

A Hora de Jesus é a hora do seu retorno ao Pai. Como esta hora foi fixada pelo próprio Pai, ninguém sabe o momento exato em que ela acontecerá. Por isso, no Evangelho de João, na medida em que vamos acompanhando a caminhada de Jesus cresce o suspense com relação à chegada hora de Jesus. Este suspense atinge seu ponto máximo em Jo 17,1: "Pai, chegou a hora: glorifica teu Filho para que teu Filho te glorifique!"

A dinâmica do texto do Quarto Evangelho vai preparando o leitor para que ele mesmo possa descobri o momento certo da chegada desta hora. O suspense começa nas Bodas de Caná. Diante do pedido de sua mãe, Jesus diz que sua hora ainda não chegou (Jo 2,4). Mas a atuação de Maria mostra que a caminhada em direção à hora já foi iniciada e os sinais começam a surgir. Diante da samaritana Jesus diz que "virá a hora - e é agora - em que surgirão os verdadeiros adoradores do Pai" (Jo 4,23). Os sinais de Jesus aumentam o suspense. Por duas vezes, os inimigos querem prendê-lo, mas ainda não tinha "chegado a sua hora", e a prisão não acontece (Jo 7,30 e 8,20). Para o evangelista não são os inimigos, mas sim o Pai quem determina a hora de Jesus. Quando chegar a hora da elevação do Filho do Homem, acontecerá, ao mesmo tempo, a glorificação de Jesus e a derrota de seus adversários (Jo 12,31-32).

Os sinais feitos por Jesus levam seus inimigos a planejar sua morte (Jo 11,45-54). Jesus sabe então que sua hora está chegando (Jo 12,23.27; 13,1;16,32). A tensão entre ele e seus adversários culmina na sexta hora, no momento em que se sacrificavam os cordeiros para a Páscoa (Jo 19,14). Nesta hora Jesus, o novo cordeiro de Deus, inaugura a nova Páscoa. Este exato momento entre a hora de Jesus como cordeiro e sua gloriosa subida para o alto é descrito com belas palavras em Ap 5,5-14.

Para as comunidades do Discípulo Amado também chegará a hora. Para cada discípulo ou discípula o encontro com Jesus acontece numa hora marcante e inesquecível (Jo 1,39). Mas o suspense que existiu entre Jesus e o mundo também continuará a existir entre a comunidade e o mundo. Para a comunidade chegará uma hora semelhante à de Jesus (Jo 16,2). Esta hora significa perseguições e morte (Jo 16,4). Diante do exemplo deixado por Jesus, as comunidades chegarão, através desta hora, à alegria que vem de Deus (Jo 16.21-22).


Fonte: CEBI


SEMANA SANTA; NOS PASSOS DE CRISTO



Cardeal Odilo Pedro Scherer - Arcebispo de São Paulo


Com o Domingo de Ramos, iniciamos a Semana Santa. É a “semana maior” do ano litúrgico e da piedade popular cristã. A Igreja convida a vivê-la intensamente, acompanhando os passos de Cristo na sua humilhação, sofrimento e condenação à morte, para termos parte no triunfo de sua ressurreição gloriosa.

A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, no Domingo de Ramos, nos convidou a aclamar Jesus, o Ungido e Enviado de Deus, nosso Senhor e Salvador, com palmas nas mãos: palmas do martírio e da vitória do Vivente sobre a morte, do Rei da Vida sobre o reino da morte...

Na Quinta Feira Santa, a Missa do Crisma e da Renovação das Promessas Sacerdotais nos recorda somos o povo sacerdotal, que Jesus reuniu em torno de si e leva o seu nome; somos chamados a viver santamente e a proclamar a glória de Deus no mundo. Ao mesmo tempo, Jesus instituiu o sacerdócio ministerial, para que os sacerdotes, ungidos pelo Espírito de Cristo e com sua autoridade, continuem a ser para o povo sacerdotal aquilo que ele foi e continua a ser através deles: sacerdote, profeta e pastor.

Na Missa vespertina, “na Ceia do Senhor”, somos convidados a sentar à mesa pascal com Cristo. Lembramos a instituição da Eucaristia, sinal e sacramento da “vida doada” – de Jesus Cristo - em sacrifício amoroso pela salvação da humanidade. O Sacramento da Eucaristia nos enche de gratidão reverente e de alegria, porque é Jesus que se doa a nós, como alimento espiritual, companhia e presença real permanente, amor que amou até o fim. No “lava-pés”, Ele nos deixou o exemplo, para que o imitemos no serviço humilde e dedicado aos irmãos: “Eu, que sou vosso Mestre e Senhor, dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa” (cf Jo, 13,14-15).

Continuamos a seguir os passos de Jesus Cristo na Sexta Feira da Paixão. No drama de sua prisão, julgamento, tortura, condenação à morte e crucificação, nossa fé e fidelidade a Cristo são postas à prova. Não o atraiçoemos nem façamos dele objeto de lucro avarento, como Judas Iscariotes; não fiquemos distantes e indiferentes diante dele, nem neguemos conhecê-lo, como Pedro; e nem fujamos dele, como quase todos os demais apóstolos, quando se faz difícil professar-se cristão, diante das injúrias, riscos ou cruzes, por causa de nossa fé e nossa pertença a Cristo e à Igreja dele. Fiquemos fiéis a Ele, firmes ao lado dele, como Maria, o apóstolo S.João, as santas mulheres... Sejamos testemunhas da verdade, contra toda forma de falsidade, corrupção e injustiça cometidas contra Ele, na pessoa dos irmãos que sofrem. Como o Cirineu, ajudemos a carregar a sua pesada cruz, que ainda pesa nos ombros de tantos irmãos sofredores; enxuguemos sua face ensanguentada nos rostos dos irmãos rejeitados pela sociedade, nas vidas inocentes violentadas, desprezadas, mandadas à morte...

Na Sexta Feira Santa, arrependidos, batamos no peito e peçamos o perdão por nossos pecados, bem sabendo que Ele morreu por todos e cada um de nós: não fomos nós que o exigimos: foi Ele que se entregou por amor, infinito amor, para estender-nos a mão misericordiosa de Deus. “Tanto Deus amou o mundo, que lhe entregou seu Filho único, para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 3,16). E cresça em nós o propósito de abandonar todo caminho que não seja aquele que Jesus abriu e indicou à humanidade, caminho de verdade, justiça, santidade e vida. Sigamos seus passos, para a superação de toda condenação injusta, toda violência e desrespeito pela pessoa do próximo. Ele nos convida a seguir seus passos, que levam à vida.

O Sábado Santo nos conduz à sepultura de Jesus, para prestarmos nossa homenagem a ele, cheios de gratidão e amor, como José de Arimatéia, Nicodemos, Madalena e as outras Marias... Sábado de vigília e de certeza que a vida já venceu a morte. Sim, porque Deus estava do lado dele; ele nada fez de mal e estava certo o centurião romano, ao exclamar, após a morte de Jesus: “verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!” (Mc 15,39). Sim, Deus não abandonou o seu Justo no pó da morte, mas o fez levantar-se e aparecer vivo diante dos discípulos e de muita gente!

A Vigília Pascal é a solene, reconhecida, tocante, alegre proclamação das maravilhas de Deus na criação e na obra da salvação, que tem seu momento culminante na vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. E nós, com firme fé, estamos com nossas lâmpadas acesas, à espera que o Senhor da Vida nos comunique a plenitude da sua vida, já manifestada no Mistério Pascal. Corramos ao seu encontro, como Madalena, Pedro e João, professemos nossa fé no Senhor ressuscitado, como os apóstolos, mesmo se vacilantes: Ele nos quer dar sua paz e confirmar nossos corações inconstantes, acompanhando-nos, como aos discípulos de Emaús, no caminho da vida.


Fonte: CNBB

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dia Mundial do Autismo

O Dia Mundial do Autismo, anualmente em 2 de abril, foi criado pela Organização das Nações Unidas, em 18 de Dezembro de 2007, para a conscientização acerca dessa questão. No primeiro evento, em 2 de abril de 2008, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, elogiou a iniciativa do Catar e da família real do país, um dos maiores incentivadores para a proposta de criação do dia, pelos esforços de chamar a atenção sobre o autismo.

No evento de 2010, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.

Em 2011, o Brasil terá o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro iluminado de azul nos dias 1 e 2 de abril, além da Ponte Estaiada, em São Paulo e vários outros monumentos e prédios do país.

O termo autismo vem do grego “autós” que significa “de si mesmo”. Uma criança com autismo prefere estar só, tem ausência no olhar e problemas de comunicação, repete continuamente certos comportamentos e possui um apego excessivo a objetos incomuns. Quem convive com o distúrbio já sabe: o autismo ainda é um enigma. Não há cura, os tratamentos são caros e as causas, desconhecidas.

Você sabe o que é autismo?
 
É uma alteração cerebral que afeta a capacidade da pessoa se comunicar, estabelecer relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente. Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam também retardo mental, mutismo ou importantes retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento.

 
Revendo alguns conceitos

Isolamento: Essa é a característica central do autismo. A criança que prefere ficar sozinha em vez de com a mãe, que não gosta de ser colocada no colo e não olha para as pessoas com freqüência e duração normais, ou tenha atraso na fala até os dois anos possui características que indicam que ela pode ser portadora da doença. Caso os pais as observem em seus filhos, devem procurar um médico.
O termo autismo era usado inicialmente para caracterizar vivências ricas em pensamentos e emoções, das representações e sentimentos pessoais, com perda da relação com os dados e exigências do mundo circundante. O psiquiatra norte-americano Leo Kanner usou o termo autismo infantil depois de ter sido reconhecido como responsável por algo novo. Em 1943, ele descreveu, em sua publicação intitulada Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo, um grupo de onze casos clínicos de crianças. Elas apresentavam extremo isolamento - não tinham habilidades para se relacionarem com outras pessoas e situações -, falha no uso da linguagem para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.
Às vezes o autismo é confundido com outras doenças que têm sintomas parecidos. Ele é mais confundido com o retardo mental e, em aproximadamente 75% dos casos, há superposição dos dois transtornos. O diagnóstico de paralisia cerebral é também comumente dado aos portadores de autismo.
Na Lei
Do ponto de vista legal, a pessoa com autismo é considerada um deficiente físico e, dessa maneira, está amparada pela legislação. É o que garante o advogado Bruno Moury Fernandes, do Grupo de Estudos do Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (Getid). “A Lei Federal 7.853/89 determina que cabe ao poder público assegurar às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à Previdência Social e ao amparo à infância”, reforça o advogado.
As características do autismo devem surgir até os três anos de idade . Elas são:
 
* Relacionamento interpessoal comprometido;
* Atraso significativo ou ausência da linguagem verbal, mímica e gestual;
* Comportamentos repetitivos e estereotipados;
* Interesses restritos.
 
Outras características
Indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos METADE dessas características:
1 - Dificuldade de relacionamento com outras crianças.
2 - Riso inapropriado.
3 - Pouco ou nenhum contato visual.
4 - Aparente insensibilidade à dor.
5 - Preferência pela solidão; modos arredios.
6 - Rotação de objetos.
7 - Inapropriada fixação em objetos.
8 - Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade.
9 - Ausência de resposta aos métodos normais de ensino.
10 - Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina.
11 - Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo).
12 - Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta etc).
13 - Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal).
14 - Recusa colo ou afagos.
15 - Age como se estivesse surdo.
16 - Dificuldade em expressar necessidades - usa gesticular e apontar no lugar de palavras.
17 - Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente.
18  - Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos.

domingo, 1 de abril de 2012

A Águia e a Gralha

Autor: Esopo


Uma Águia, saindo do seu ninho no alto de um penhasco, num fulminante voo rasante e certeiro, capturou uma ovelha e a levou presa às suas fortes e afiadas garras.

Uma Gralha, que a tudo testemunhara, tomada de inveja, decidiu que poderia fazer a mesma coisa.

Ela então voou para alto e tomou impulso. Então, com grande velocidade, atirou-se sobre uma Ovelha com a intenção de também carregá-la presa às suas garras.

Ocorre que suas garras, pequenas e fracas, acabaram por ficar embaraçadas no espesso manto de lã do animal, e isso a impediu inclusive de soltar-se, embora o tentasse com todas as suas forças.

O Pastor das ovelhas, vendo o que estava acontecendo, capturou-a. Feito isso, cortou suas penas, de modo que não pudesse mais voar.

À noite a levou para casa e entregou como brinquedo para seus filhos.

"Que pássaro engraçado é esse?", perguntou um deles.

"Ele é uma Gralha meus filhos. Mas se você lhe perguntar, ele dirá que é uma Águia."


Moral da História:

Não devemos permitir que a ambição nos conduza para além dos nossos limites.

Porque o 1º de Abril é considerado o Dia da Mentira


 
Há muitas explicações para o 1 de abril ter se transformado no dia das mentiras ou dia dos bobos. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1 de abril.

Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1 de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1 de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.

Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como April Fool's Day, "Dia dos Tolos [de Abril]"; na Itália e na França ele é chamado respectivamente pesce d'aprile e poisson d'avril, literalmente "peixe de abril".


No Brasil

O primeiro de abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. A Mentira saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.

Superstições

Tradicionalmente, supõe-se que as peças encerrem à meia-noite. Supõe-se que os feitos posteriormente tragam a má sorte ao perpetrador. Contudo, isto não é universalmente aceito, e muitas peças já foram praticadas depois da meia-noite.

Alguém que não consegue aceitar os truques, ou tirar proveito deles dentro do espírito da tolerância e do divertimento também deve sofrer com a má sorte. Também se diz que aquele que for enganado por uma bonita menina será recompensado com o matrimônio, ou pelo menos a amizade dela.


Atualidade

A Internet faz com que seja difícil de saber se uma peça é perpetrada antes ou depois do meio-dia. Os fusos horários são diferentes em partes diferentes do mundo. O 1 de abril (ou primeiro de abril) não acontece simultaneamente em todo o mundo.

Pessoas não-residentes no ocidente pouco conhecem o costume do Dia das Mentiras e são mais vulneráveis a peças na internet.


Boatos

"Em primeiro de Abril vão os burros aonde não devem ir". Muitas organizações de mídia propagaram inconscientemente ou deliberadamente peças no Dia das Mentiras. Mesmo agências de notícias sérias consideram o Dia das Mentiras uma brincadeira normal, e uma tradição anual.

O advento da internet como um meio de comunicação mundial serviu para facilitar os traquinas no seu trabalho.






http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_da_mentira