CARTAS ABERTAS



SEXTA CARTA ABERTA DE SANTA RITA


                                “Não tenhas inveja dos maus nem queiras a sua companhia, pois seu coração planeja a violência, e seus lábios só falam maldade”. Provérbios 24,1

Apresentamos a nossa 6ª Carta de Santa Rita de Cássia, aproveitando-se desta seqüencia de momentos que a Igreja nos oferece para a nossa reflexão e tomada de posição: Campanha da Fraternidade, Novenário de Santa Rita, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi, e neste dia do lançamento de nossa sexta carta, festa do Sagrado Coração de Jesus. Utilizando-se das palavras de Dom Aloísio Sinésio Bohn que nos diz que a procissão é um ato comunitário. É a comunidade de fé que se põe a caminho, para louvar, bendizer e adorar a Cristo na Eucaristia. Não é uma caminhada de luto, silenciosa, mas um povo a caminho, exultante, que derrama seu coração em público. É também ocasião para súplicas e pedidos de perdão, pois somos um povo frágil e carente.  
A Eucaristia é grande ação de graças. E a procissão, além de prolongamento da ação de graças, é também compromisso de transformação do mundo, segundo o Evangelho de Cristo.
Ainda saboreando as reflexões partilhadas durante a festa em homenagem a nossa padroeira Santa Rita de Cássia, que nos fez refletir sobre uma economia que priorize a Vida e se aproximando das celebrações dos 100 anos da nossa amada cidade, não poderíamos nos furtar de apresentarmos as nossas preocupações, angústias e propostas quanto ao futuro de nosso município.
Enquanto Paróquia temos procurado contribuir, para a construção de um futuro bem melhor do que o presente que estamos vivenciando de medo e inseguranças, temos desenvolvidos trabalhos de conscientização, em especial com a juventude (Projeto Nova Juventude),  alvo fácil deste processo de violência estabelecido em nossa cidade, temos também feito esforços de mantermos parcerias permanentes com Instituições, tais como a Defensoria Pública do Estado, Ministério Público, mantido uma relação de contato constante com o comando da Policia Militar, Policia Rodoviária, Corpo de Bombeiro, procurando contribuir com as ações desenvolvidas por estas Instituições, bem como divulgando o seu papel. Temos feitos Mutirões da Cidadania, Campanhas de conscientização ambiental, com destaque para a coleta de material plástico. Proporcionando atendimento de acupuntura gratuito através de parceria, Procurado desenvolver campanhas de inclusão e construção de cidadania através de nosso Centro Digital de Cidadania, abrindo espaço da Paróquia para a implantação da Universidade para todos, enfim, temos procurando cumprir o nosso papel enquanto discípulos missionários do Mestre da Vida. Mas temos sentido que ainda é muito pouco diante do enorme desafios que nos é apresentado. Queremos aqui lembrar um trecho de nossa quinta carta aberta que continua também muito atual, e que precisamos ainda superar: “que nenhuma “erva daninha” se infiltre e permaneça em nosso meio, provocando todos os tipos de mazelas (Fofocas, isolamento, intrigas, separação, etc), causando a desunião e desmobilização nas nossas comunidades, é preciso continuar vigilante,             (Hb 12,15). É como nos diz o Documento de Aparecida: necessitamos de um novo Pentecostes em nossa Igreja.    
 Nos sentimos mais angustiado ainda quando diante da omissão dos poderes públicos, e da banalização da Vida, esta cidade, esta sociedade que buscamos transformar, é duramente afetada por dados que nos deixa alarmados, poderemos chegar ao centenário da cidade com um numero assustador de homicídios, já estamos perto de ultrapassar  a casa dos 100 assassinatos e o mais assustador, na sua grande maioria de jovens, infelizmente ainda continuamos detendo o título de cidade  mais violenta para a juventude. O que também não podemos aceitar é a utilização desta situação para fins eleitoreiros, queremos na verdade é a resolução do problema, que não é só um caso de policia, mas sim de esforço conjunto de vários segmentos da sociedade, inclusive das Igrejas, e por isto nos colocamos como atores deste processo que busca superar este quadro de violência sem precedentes em nossa cidade. 

Desde as primeiras cartas de Santa Rita que as reivindicações apresentadas solicitam providências urgentes visando evitar diversos tipos de violência, estas reivindicações continuam sendo necessárias. Poderíamos retomar o teor, em especial da primeira e da segunda carta e revermos as reivindicações e  propostas ali apresentadas, poderemos perceber que elas estão muito atuais. Temos que reconhecer que algumas delas já começaram a serem encaminhadas. Mas muitas delas ainda não foram atendidas, e voltamos a reivindicá-las .

E mais uma vez, estamos aqui, nos colocando a disposição para continuar contribuindo nesta luta pela instalação de uma sociedade fraterna e sem violência, que só será possível quando todos compreenderem que “a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”, e que só conseguiremos derrota-la, juntos, unidos, somando forças e com a presença de Deus no nosso meio, como vemos na Carta aos Romanos 8,28: “e nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam. Ou no Salmo 46,2: “Deus é nosso refúgio e nossa força, um socorro sempre alerta nos perigos”

Itabuna, na Festa do Corpo de Cristo (03/06/2010)

Conselho de Cidadania Paroquial, Grupos, Movimentos, Pastorais, Associações, Comunidades e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia.



QUINTA CARTA ABERTA DE SANTA RITA


“Vigiem para que ninguém abandone a Graça de Deus. Que nenhuma raiz venenosa cresça no meio de vocês, provocando perturbação e contaminando a comunidade”. (Hb 12,15).

Itabuna (BA), 28 de junho de 2009.

Ao encerrarmos o ano Paulino, queremos como um gesto concreto e como aprendizado extraído da vida do Apóstolo dos Gentios, publicar a 5ª Carta de Santa Rita. E neste sentido, a 5ª Carta de Santa Rita tem um destinatário todo especial e diferenciado dos destinatários das Cartas anteriores. Ela é direcionada às nossas Comunidades Eclesiais. Tendo sido prioridade em nossa Assembléia Paroquial, as Comunidades necessitam também refletir, aprofundar o seu papel e entender o verdadeiro compromisso com a Evangelização, e se sentir como o espaço privilegiado para a concretização do Reino de Deus.  

Sem dúvida nenhuma, muitos passos significativos já foram dados, mas acreditamos que diante do potencial humano e estrutural que temos, poderíamos dar muito mais contribuições para este processo coletivo de evangelização paroquial e construção do Reino de Deus.

Temos sentido um crescimento significativo em muitas Pastorais, Grupos e Movimentos, mas ao mesmo tempo, sentimos também certa lentidão e resistência de outras em compreender e aceitar o Plano Pastoral implementado na Paróquia. O Documento de Aparecida nos convoca a realizarmos uma ampla e aberta renovação nas nossas práticas e estruturas de evangelização, e temos tentado atender a este apelo. Mas nos sentimos ainda “apegados” a velhas e retrógadas práticas que não respondem aos atuais desafios e demandas apresentados no contexto que vivemos.

Tivemos este ano durante os festejos em homenagem a nossa Padroeira, Santa Rita de Cássia, a oportunidade de refletirmos profundamente vários aspectos importantes para as comunidades. Esperamos que este rico e profundo momento tenha contribuído para a conscientização de nossos paroquianos, em especial, aqueles que integram as nossas Pastorais, Grupos, Movimentos, Serviços, Associações e nossas Comunidades, para que assim possamos crescer e “avançar para águas mais profundas”.

Levi Araújo no seu bonito artigo: “Os pés e os calcanhares do Corpo de Cristo”, confirma uma verdade ainda existente em nosso meio: “Infelizmente, nós somos uma geração de cristãos que ainda prefere lavar as próprias mãos nas águas da covardia permitindo crucificações a ter a coragem de sujar as mãos lavando os pés para que ninguém fique de fora da ceia, da comunhão e do legado do Senhor Jesus”.

 Ainda vivenciamos, em nossos espaços, muitas mazelas, tais como: a prática da “fofoca”, das críticas destrutivas, do desânimo, da desunião, das “panelinhas” e isto é inaceitável para aqueles que querem construir um Reino de Justiça, de Paz, de Fraternidade, de União, de Amor, de Solidariedade, de Partilha. É neste sentido que recorremos às Palavras do Apóstolo Paulo em sua Carta aos Hebreus, nos exortando para que fiquemos vigilantes, para que ninguém abandone a Graça de Deus, e que não permitamos que nenhuma “erva daninha” se infiltre e permaneça em nosso meio, provocando todas estas mazelas citadas acima, causando a desunião e desmobilização nas nossas comunidades. É como nos diz o Documento de Aparecida: necessitamos de um novo Pentecostes em nossa Igreja.   

Esperamos que as Cartas de Santa Rita de Cássia tenham nos ensinado a conhecer melhor a mensagem de Deus! A nossa intenção com todas elas é que pudessem nos ajudar a sermos perseverantes nas dificuldades que vamos encontrando em nossa caminhada! Esperamos que todas elas tenham nos animado a sentirmos a consolação que Deus nos dá quando precisarmos de um ombro amigo. Mas, sobretudo, que as Cartas, em especial esta 5ª, tenham e venham a alimentar a nossa esperança! É a esperança que nos ajuda a sermos melhores, a caminhar, a não desanimar e fazer de nossas comunidades lugares de encontro, de comunhão e de caridade como foram as comunidades que receberam as Cartas do Apóstolo Paulo!

Tudo o que se escreveu no passado é para nosso ensinamento que foi escrito, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que nos proporcionam as Escrituras, tenhamos a esperança” (Romanos 15,4).

Conselho de Cidadania Paroquial, Grupos, Movimentos, Pastorais, Associações, Comunidades e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia


QUARTA CARTA ABERTA DE SANTA RITA DE CÁSSIA



“Escolhe, pois a VIDA” (Dt. 30,19)

Ao celebrarmos 40 anos de caminhada paroquial, motivados pelo apelo da Campanha da Fraternidade 2008, em defesa da Vida. Nós, do Conselho de Cidadania Paroquial lançamos a 4ª Carta de Santa Rita. Nela referendamos todos os apelos e reivindicações das cartas anteriores e reafirmamos o nosso compromisso com a construção da cidadania e a luta incansável em busca de VIDA e VIDA em abundância para TODOS.
Diante de fatos gritantes de individualismos e dos avanços científicos, novas violações à vida não só são praticadas, mas consideradas lícitas e até desejáveis. Queremos publicamente repudiar estes fatos e combatê-los. Quando vivenciamos casos como o do assassinato da pequena Isabela Nardoni que comove todo o país, temos que perceber, que infelizmente este caso não é o único, vale aqui só lembrar mais um, Pedrinho, que foi arrastado do lado de fora do carro por 7 quilômetros. Mas também nos fazer entender que crimes assim só são possíveis numa sociedade doentia e dilacerada pela autonomia individualista, como a nossa. E os jovens têm sido a vítima e ao mesmo tempo os protagonistas destas tristes histórias, basta visitar o presídio do nosso município, para percebermos que na sua grande maioria os que ali estão são jovens, situação preocupante e alarmante. Estes são retratos dos caminhos que a humanidade optou trilhar. Desde a nossa 1ª carta que viemos convocando a todos e a todas a se “indignarem diante das injustiças” e que a “Paz é fruto da Justiça”.
Continuamos convocando a todos a lutar contra as derrubadas e queimadas de florestas nativas para expansão do latifúndio. Exigir dos governos ações contundentes para coibir essas práticas criminosas ao meio ambiente. Combater o uso dos agrotóxicos e a monocultura em larga escala da cana-de-açúcar, e em especial do eucalipto em nossa região e a combatermos as empresas transnacionais que querem controlar as sementes, a produção e o comércio agrícola brasileiro, como a Monsanto, Syngenta, Cargill, Bunge, ADM, Nestlé, Basf, Bayer, Aracruz, Veracel, Stora Enso, entre outras. Impedir que continuem explorando nossa natureza, nossa força de trabalho e nosso país.
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) tem feito aos longos destes últimos anos vários chamamentos: “Diante do panorama mundial e brasileiro, marcado por muitos episódios de corrupção, violência e impunidade, não podemos lamentar saudosamente a perda de pontos de referência éticos na sociedade atual. A nossa ação como Igreja é, sobretudo, uma ação educativa em vista da promoção humana, que, por sua vez, é um aspecto essencial da própria evangelização” (Doc da CNBB). “É necessário que cada um se envolva num movimento educativo, que recrie o tecido quotidiano da convivência social, subtraída progressivamente à lógica do mercado e aos seus critérios, caracterizados pelo cálculo e pelo intercâmbio de equivalentes. Movimentos educativos, que constituem uma companhia guiada ao destino, capazes de gerar espaços de gratuidade e de vida fraterna, de reconhecimento da grande Presença – que é caminho, verdade e vida – existem e podem renovar o gosto pela convivência, à paixão pelo homem, um amor à verdade maior do que o próprio interesse particular e, podendo, plasmar relações humanas e sociais no horizonte de uma idéia”. (Doc CNBB).

Tem sido a partir destes chamamentos da nossa Igreja que a Paróquia Santa Rita tem pautado a sua inserção no mundo da política e sua participação ativa nas ocupações de espaços importantes para a construção da cidadania. Neste sentido o Conselho de Cidadania Paroquial vem incentivando os paroquianos a exercerem este importante papel, e tem encontrado forte apoio da comunidade paroquial. Vale aqui ressaltar a ocupação de um cargo no Conselho Tutelar do Município, a recente e esmagadora vitória para ocupar a Associação dos Moradores do Bairro São Caetano, as realizações dos Mutirões da Cidadania, a Campanha de reciclagem de lixo, a emissão das cartas denúncias de Santa Rita entre outras atividades que enobrecem os 40 anos de caminhada da Paróquia. A Paróquia de Santa Rita de Cássia está agora diante de uma nova e desafiadora missão, em sua Assembléia Paroquial definiu-se em dar um passo mais largo em direção a ocupar um cargo na Câmara de Vereadores de Itabuna, para que possamos ter um representante que defenda nossos anseios e os valores pregados pela nossa Igreja. Nesta perspectiva, é essencial a presença e a ação dos cristãos, e particularmente dos cristãos leigos na vida política e nas próximas eleições. E neste sentido fomos mais longe e estamos apresentando o nome de SAMUEL SENA (Projeto Nova Juventude) para ocupar este importante espaço de definições políticas em nosso município e a defender os ideais que tanto pregamos e lutamos.
Quando na oportunidade celebramos a festa em homenagem a nossa Padroeira Santa Rita de Cássia tendo como reflexão: “Paróquia Santa Rita de Cássia: 40 Anos profetizando em defesa da VIDA”, não poderíamos deixar de conclamar mais uma vez a toda sociedade itabunense, em especial aos nossos paroquianos, a gritar, denunciar, não aceitar nenhum ato que venha a atentar contra a VIDA, e bem como, a nos somarmos mais uma vez para lutar e defender aquilo que acreditamos.

Queremos finalizar a nossa 4ª Carta, relembrando as palavras do Santo Padre no recente documento de Aparecida no seu numero 395 – “O Santo Padre nos recorda que a Igreja está convocada a ser “advogada da justiça e defensora dos pobres” diante das “intoleráveis desigualdades sociais e econômicas”, que “clamam ao céu”. Temos muito que oferecer, visto que “não há dúvida de que a Doutrina Social da Igreja é capaz de despertar esperança em meio às situações mais difíceis, porque se não há esperança para os pobres, não haverá para ninguém, nem sequer para os chamados ricos”.

 Conselho de Cidadania Paroquial, Grupos, Movimentos, Pastorais, Associações, Comunidades e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia.



 TERCEIRA CARTA  ABERTA  DE  SANTA  RITA
22 de maio de 2007



 “ Amarás teu Deus  de todo o teu coração, de toda tua alma e de toda a tua mente... Amarás teu próximo como a  ti mesmo”  Mt 22, 37-39

Embalados pelas reflexões da Campanha da Fraternidade 2007 e pela visita do Santo Papa ao nosso País, o Conselho de Cidadania da Paróquia Santa Rita de Cássia lança a sua 3ª Carta. Aproveitando o momento de intenso aprofundamento sobre as Leis de Deus realizado na nossa festa paroquial  da padroeira Santa Rita de Cássia viemos  trazer à sociedade regional alguns questionamentos, posicionamentos e até mesmas sugestões.
Continua repercutindo em nossos ouvidos e mentes o tema da Campanha da Fraternidade de 2004, sobre a água, bem como a deste ano que nos convida a tomarmos posição em defesa ao nosso meio ambiente. Em primeiro lugar a água se apresenta como um dom da natureza que precisa ser respeitado. Mas este respeito requer de nossa parte uma atitude positiva, de cuidado e de ação. Por ser indispensável à Vida, a água aparece como um direito de todos os viventes. Daí se chega ao conceito de destinação pública dos bens fundamentais da natureza. A dimensão “pública”, tão importante para balizar critérios de atuação política, emerge da consideração responsável dos bens da natureza. Esta dimensão coloca com força a reivindicação que as últimas Campanhas da Fraternidade vêm nos fazendo, urgindo que a “água não pode ser privatizada” O caráter público da água nos leva diretamente a constatação dos deveres do Estado. O poder público não pode nunca se eximir de suas responsabilidades com a água. Ele precisa garantir sua preservação para disponibilizá-la, em primeiro lugar, para as necessidades vitais da população. E por último, o fato do Estado ter obrigações evidentes com a água, não dispensa a cidadania de assumir com força esta causa. Pois é a cidadania que tem a incumbência de urgir que o Estado cumpra suas finalidades constitucionais. Por todos estes motivos parabenizamos e nos juntamos a todos aqueles (pessoas, movimentos) que vem em nossa cidade lutando para que “a nossa água não seja privatizada” “não seja vendida”, ao mesmo tempo em que conclamamos a todos a se somar nesta luta por este direito inalienável dos cidadãos.

Ainda no âmbito das reflexões da CF 2007, não podemos aceitar o progresso como justificativa para o desmatamento, a modernização da região, da cidade ás custas do sacrifico da natureza, a degradação ambiental. Não podemos aceitar a derrubada da Mata Atlântica, com sua rica biodiversidade, a dizimação da fauna e da flora para dar lugar ao “Deserto verde” dos Eucaliptos que absorve toda água existente no solo, agredindo e expulsando as populações tradicionais de suas terras, trazendo-as para as periferias das cidades, criando enormes “bolsões de pobreza”. Somamos-nos também a todos aqueles que defendem e lutam por um desenvolvimento sustentável e respeitoso ao Meio ambiente e que valorizam o Ser Humano.  

Lembramos que as reivindicações feitas nas cartas anteriores continuam valendo, muitas delas, a sua resolução se faz urgente. Entre elas a situação da violência crescente em nossa cidade. E o total descaso com a saúde da população.

 Aproveitando as reflexões sobre os Dez Mandamentos, tema que nos convidou a tomadas de posições profundas. Vimos que no primeiro testamento bíblico o conceito de justiça se traduz e se resume no amparo que a pessoa ou a sociedade deve ter para com o estrangeiro, a viúva e o órfão; No segundo testamento Jesus amplia essa pratica falando não somente de amparo, mas de compromisso e não só para com o estrangeiro, a viúva e o órfão, mas para com as crianças, os perseguidos, os pecadores, os oprimidos, etc. Queremos o ser humano incluindo, tendo acesso a todos os direitos que dignificam, tendo oportunidade de manifestar seu potencial de vida, pois para isso foram criados.

 Não basta apenas ter clareza do que precisa ser mudado, mas é preciso sensibilizar e mobilizar a sociedade em direção a esse mundo melhor, por isto o Conselho de Cidadania, continua a sua importante tarefa de sensibilizar, mobilizar e motivar, em especial os paroquianos, bem como convidando toda a sociedade regional a se posicionar em favor da VIDA e contra os projetos de Morte hoje em voga em nosso meio e assumirmos de forma radical o nosso papel de “Valentes Missionários e Discípulos de Jesus” como convocou o Papa Bento XVI na missa de abertura da V Conferencia Episcopal da América Latina e do Caribe e concretizarmos as palavras do Mestre: “Eu vim para que TODOS tenham VIDA e a tenham em abundancia” (Jo 10,10)

Queremos mais uma vez reiterar, bem como nas cartas passadas, que a nossa intenção não é apenas cobrar, reivindicar. Mas, ao mesmo tempo em que fazemos estas reflexões, temos a plena consciência da necessidade de uma participação mais ativa e consciente da sociedade neste processo de transformação. Temos a plena consciência que estamos fazendo a nossa parte enquanto espaço de construção da cidadania e nos colocamos a disposição para colaborar naquilo que nos couber.


Conselho de Cidadania Paroquial, Grupos, Movimentos, Pastorais, Associações, Comunidades e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia.


 SEGUNDA CARTA ABERTA DE SANTA RITA


" No que depender de você façam todo o possível para viver em Paz" (Rm 12,18)

 Aconteceu entre os dias 08 a 10 de junho de 2006, a Semana da Cidadania da Paróquia Santa Rita de Cássia, que este ano teve como tema de reflexão "Felizes aqueles que promovem a Paz e constroem a Cidadania" A Semana é uma promoção do Conselho de Cidadania da Paroquial e contou com a participação dos diversos Grupos, Pastorais e Movimentos da Paróquia, além da comunidade paroquial convidada.
A Semana da Cidadania, foi o resultado de vários encontros que foram realizados durante este primeiro semestre de 2006, pelo Conselho de Cidadania com representantes da Câmara Municipal de Itabuna, Ministério Público, OAB, Policia Militar, Prefeitura Municipal de Itabuna, Clubes de Serviços, ONG's e Conselho da Comunidade.

A tônica das discussões e encontros foi à questão da violência e segurança pública. Atualmente, a violência tornou-se o assunto permanente de nosso cotidiano. Nunca se falou tanto em violência e em como combatê-la, projetos de combate a violência são apresentados e, infelizmente, a sensação de insegurança nunca foi tão presente: as pessoas mudam de itinerário, evitam sair à noite, colocam grades e alarmes em suas casas; os que podem, blindam seus automóveis. Outros contratam seguranças pessoais, etc. Este fantasma da violência alimenta-se também da falta de ações coletivas que venham a coibir este grave problema. O Conselho de Cidadania preocupado com o atual quadro em que vivenciamos em nossa cidade, em nosso bairro e adjacências procurou durante todo este semestre, pistas, soluções e o desenvolvimento de ações que venham a coibir ou pelo menos diminuir este quadro por nós vivenciado.

Desde a nossa primeira carta que as reivindicações ali apresentadas solicitavam providências urgentes visando evitar diversos tipos de violência, aquelas reivindicações continuam sendo necessárias. Temos que reconhecer que algumas delas já começaram a serem encaminhadas. Mas muitas delas ainda não foram atendidas. Achamos que novas reivindicações e ações precisam ser efetivadas, entre elas podemos destacar :

Uma significativa melhoria no efetivo policial (Militar/Civil) de nosso município, buscando a contratação de novos agentes com pagamento de salários dignos, visando evitar a corrupção e favorecimento aos delinqüentes; material humano mais qualificado; utilização das novas tecnologias no combate ao crime e modernização dos recursos materiais; valorização e visibilidade da ação policial, campanhas educativas; Continuidade e aperfeiçoamento das ações desenvolvidas pela Policia Militar, tais como ronda escolar, ronda comercial, operação cilindrada; Buscar desenvolver Ações e Campanhas que promovam a interação Policia x Comunidade, Comunidade x Policia; Ações articuladas e permanentes entre as diversas autoridades com a Sociedade Civil Organizada. Visando o resgate e o fortalecimento das Instituições, em especial a Família; Agilizar as obras da nova cadeia pública para transferência dos presos que se encontram numa cadeia com superlotação, sem mínimas condições básicas de saúde e saneamento e a adoção de penas alternativas para os infratores, de forma a reduzir esta superpopulação; Melhoramento significativo na iluminação pública da cidade buscando priorizar pontos de alta concentração de pessoas, em especial em frente aos colégios, a exemplo do Colégio Estadual, Lourdes Veloso e o Estádio do Itabunão; Criação de postos de vigilância em pontos estratégicos da cidade; Desburocratizar o uso da Vila Olímpica e a sua reabertura no período noturno para a prática de esporte, e incentivar o seu uso por parte da comunidade; Construção de mais quadras poli-esportivas nos bairros e a revitalização das Praças, a exemplo da Praça do São Caetano, a fim de proporcionar a comunidade mais opções de lazer; Ampliação da escola profissionalizante com a criação de núcleos nos bairros e realização de oficinas de capacitação visando à qualificação dos cidadãos e cidadãs na geração de emprego e renda; A criação da Delegacia do Menor Infrator, bem como a construção de um espaço para abrigar de forma adequada estes menores.

Assim como na 1ª carta aberta, não reivindicamos apenas por reivindicar. Mais uma vez nos colocamos à disposição para contribuir, pois temos plena consciência, que nenhuma destas reivindicações ou ações propostas terá êxito se não houver a participação e o envolvimento consciente da Sociedade Organizada. É preciso, sobretudo, resgatar na sociedade a necessidade de se indignar diante das injustiças. Não é possível ficar impassível diante de uma sociedade que se sensibiliza e se preocupa com a "Guerra no Iraque", com o drama pessoal de estrelas da TV e do esporte, mas não se mobiliza diante da fome, do desemprego e da violência que acontece ao seu redor.

"Se caminhar é preciso, caminharemos unidos"

Conselho de Cidadania Paroquial, Grupos, Movimentos, Pastorais, Associações, Comunidades e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia.

 PRIMEIRA CARTA ABERTA

 “O fruto da Justiça será a Paz” – (Is. 32,17)


No período de 01 a 06 de Maio de 2005, na Paróquia de Santa Rita de Cássia – Bairro São Caetano-Itabuna-Ba, aconteceu a Semana da Cidadania, com o tema “Cidadania e Paz se Encontram’’, promovida pelo Conselho de Cidadania Paroquial juntamente com as Pastorais, Movimentos, Grupos, Comunidades e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia.

A semana teve inicio no dia 1º de maio, com uma caminhada pelas principais ruas do Bairro e adjacências, com faixas, cartazes, condenando o desemprego, a violência, a falta de moradia, de escolas e reivindicando melhorias na saúde. Vários temas foram debatidos, analisados, contando com a participação de representantes de ONG´s, Câmara de Vereadores de Itabuna, Policia Militar sociedade Civil Organizada, entre outros.
A precariedade nas condições de vida dos moradores do nosso Bairro ocorre devido à falta de políticas públicas voltadas para a base da sociedade que venham reverter este quadro perverso e excludente. Nota-se uma necessidade enorme de formação e informação para que possa acontecer um processo de organização, articulação e mobilização de todos na busca e garantia dos direitos mais básicos, visando a concretização da Cidadania.
Após os debates e reflexões frutos de outros encontros realizados pelo Conselho de Cidadania da Paróquia, como Ministério Público, Polícia Militar, Poder Legislativo, OAB, Delegacia Especial de Proteção a Mulher, Magistrados e Clubes de Serviço. Dentre todas as prioridades abordadas durante esse período o Conselho reivindica, de imediato:
Solução para a situação do Canal do São Caetano, que vem afetando de forma alarmante a saúde dos moradores, comerciantes e feirantes; Estruturação da feira livre que proporcione aos feirantes e a população em geral, saúde, higiene e dignidade, com fiscalização ativa e permanente; Policiamento ostensivo e preventivo nas ruas do Bairro São Caetano e adjacências; Estruturar melhor o posto de policiamento comunitário interagindo com a comunidade, visando atenuar a violência no nosso meio; Ações que fortaleçam a economia solidária como estratégia de combate ao desemprego e a exclusão social; Construção ou criação de uma “Casa de Proteção” às mulheres vítimas de violência doméstica e outras.
Ao mesmo tempo em que reivindicamos, também nos propomos a colaborar plenamente para a realização das metas citadas. Conclamamos a todos a participarem do processo de formação e conhecimento de seus direitos, pois só assim será possível lutar para construir uma sociedade mais justa e igualitária, que tenha como objetivo final a consolidação da Cidadania.

 “Venham, vamos embora, esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer.”

Itabuna-Bahia, 06 de Maio de 2005

Conselho de Cidadania, Movimentos, Grupos, Pastorais, Serviços, Associações, Comunidades e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia.

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