SEXTA CARTA ABERTA DE SANTA RITA
“Não
tenhas inveja dos maus nem queiras a sua companhia, pois seu coração planeja a
violência, e seus lábios só falam maldade”. Provérbios 24,1
Apresentamos a
nossa
6ª Carta de Santa Rita de Cássia, aproveitando-se desta seqüencia de momentos
que a Igreja nos oferece para a nossa reflexão e tomada de posição: Campanha da
Fraternidade, Novenário de Santa Rita, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus
Christi, e neste dia do lançamento de nossa sexta carta, festa do Sagrado
Coração de Jesus. Utilizando-se das palavras de Dom Aloísio Sinésio Bohn que
nos diz que a procissão é um ato comunitário. É a comunidade de fé que se põe a
caminho, para louvar, bendizer e adorar a Cristo na Eucaristia. Não é uma
caminhada de luto, silenciosa, mas um povo a caminho, exultante, que derrama
seu coração em público. É também ocasião para súplicas e pedidos de perdão,
pois somos um povo frágil e carente.
A Eucaristia
é grande ação de graças. E a procissão, além de prolongamento da ação de
graças, é também compromisso de transformação do mundo, segundo o Evangelho de
Cristo.
Ainda
saboreando as reflexões partilhadas durante a festa em homenagem a nossa
padroeira Santa Rita de Cássia, que nos fez refletir sobre uma economia que
priorize a Vida e se aproximando das celebrações dos 100 anos da nossa amada
cidade, não poderíamos nos furtar de apresentarmos as nossas preocupações,
angústias e propostas quanto ao futuro de nosso município.
Enquanto
Paróquia temos procurado contribuir, para a construção de um futuro bem melhor
do que o presente que estamos vivenciando de medo e inseguranças, temos
desenvolvidos trabalhos de conscientização, em especial com a juventude (Projeto
Nova Juventude), alvo fácil deste
processo de violência estabelecido em nossa cidade, temos também feito esforços
de mantermos parcerias permanentes com Instituições, tais como a Defensoria
Pública do Estado, Ministério Público, mantido uma relação de contato constante
com o comando da Policia Militar, Policia Rodoviária, Corpo de Bombeiro,
procurando contribuir com as ações desenvolvidas por estas Instituições, bem
como divulgando o seu papel. Temos feitos Mutirões da Cidadania, Campanhas de
conscientização ambiental, com destaque para a coleta de material plástico.
Proporcionando atendimento de acupuntura gratuito através de parceria,
Procurado desenvolver campanhas de inclusão e construção de cidadania através
de nosso Centro Digital de Cidadania, abrindo espaço da Paróquia para a
implantação da Universidade para todos, enfim, temos procurando
cumprir o nosso papel enquanto discípulos missionários do Mestre da Vida. Mas
temos sentido que ainda é muito pouco diante do enorme desafios que nos é apresentado.
Queremos aqui lembrar um trecho de nossa quinta carta aberta que continua
também muito atual, e que precisamos ainda superar: “que nenhuma “erva daninha”
se infiltre e permaneça em nosso meio, provocando todos os tipos de mazelas
(Fofocas, isolamento, intrigas, separação, etc), causando a desunião e
desmobilização nas nossas comunidades, é preciso continuar vigilante, (Hb 12,15). É como nos diz o
Documento de Aparecida: necessitamos de um novo Pentecostes em nossa Igreja.
Desde as
primeiras cartas de Santa Rita que as reivindicações apresentadas solicitam
providências urgentes visando evitar diversos tipos de violência, estas
reivindicações continuam sendo necessárias. Poderíamos retomar o teor, em
especial da primeira e da segunda carta e revermos as reivindicações e propostas ali apresentadas, poderemos
perceber que elas estão muito atuais. Temos que reconhecer que algumas delas já
começaram a serem encaminhadas. Mas muitas delas ainda não foram atendidas, e
voltamos a reivindicá-las .
E mais uma
vez, estamos aqui, nos colocando a disposição para continuar contribuindo nesta
luta pela instalação de uma sociedade fraterna e sem violência, que só será
possível quando todos compreenderem que “a
violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”,
e que só conseguiremos derrota-la, juntos, unidos, somando forças e com a
presença de Deus no nosso meio, como vemos na Carta aos Romanos 8,28: “e nós sabemos que Deus coopera em tudo para
o bem daqueles que o amam. Ou no Salmo 46,2: “Deus é nosso refúgio e
nossa força, um socorro sempre alerta nos perigos”
Itabuna, na
Festa do Corpo de Cristo (03/06/2010)
Conselho de Cidadania Paroquial,
Grupos, Movimentos, Pastorais, Associações, Comunidades e Frades Capuchinhos da
Paróquia Santa Rita de Cássia.
QUINTA CARTA ABERTA DE SANTA RITA
“Vigiem
para que ninguém abandone a Graça de Deus. Que nenhuma raiz venenosa cresça no
meio de vocês, provocando perturbação e contaminando a comunidade”. (Hb 12,15).
Itabuna (BA), 28 de junho de
2009.
Ao encerrarmos o ano Paulino,
queremos como um gesto concreto e como aprendizado extraído da vida do Apóstolo
dos Gentios, publicar a 5ª Carta de Santa Rita. E neste sentido, a 5ª Carta de
Santa Rita tem um destinatário todo especial e diferenciado dos destinatários
das Cartas anteriores. Ela é direcionada às nossas Comunidades Eclesiais. Tendo
sido prioridade em nossa Assembléia Paroquial, as Comunidades necessitam também
refletir, aprofundar o seu papel e entender o verdadeiro compromisso com a
Evangelização, e se sentir como o espaço privilegiado para a concretização do
Reino de Deus.
Sem dúvida nenhuma, muitos passos
significativos já foram dados, mas acreditamos que diante do potencial humano e
estrutural que temos, poderíamos dar muito mais contribuições para este
processo coletivo de evangelização paroquial e construção do Reino de Deus.
Temos sentido um crescimento
significativo em muitas Pastorais, Grupos e Movimentos, mas ao mesmo tempo,
sentimos também certa lentidão e resistência de outras em compreender e aceitar
o Plano Pastoral implementado na Paróquia. O Documento de Aparecida nos convoca
a realizarmos uma ampla e aberta renovação nas nossas práticas e estruturas de
evangelização, e temos tentado atender a este apelo. Mas nos sentimos ainda
“apegados” a velhas e retrógadas práticas que não respondem aos atuais desafios
e demandas apresentados no contexto que vivemos.
Tivemos este ano durante os
festejos em homenagem a nossa Padroeira, Santa Rita de Cássia, a oportunidade
de refletirmos profundamente vários aspectos importantes para as comunidades.
Esperamos que este rico e profundo momento tenha contribuído para a
conscientização de nossos paroquianos, em especial, aqueles que integram as
nossas Pastorais, Grupos, Movimentos, Serviços, Associações e nossas
Comunidades, para que assim possamos crescer e “avançar para águas mais
profundas”.
Levi Araújo no seu bonito artigo:
“Os pés e os calcanhares do Corpo de Cristo”, confirma uma verdade ainda existente
em nosso meio: “Infelizmente, nós somos uma geração
de cristãos que ainda prefere lavar as próprias mãos nas águas da covardia
permitindo crucificações a ter a coragem de sujar as mãos lavando os pés para
que ninguém fique de fora da ceia, da comunhão e do legado do Senhor Jesus”.
Ainda vivenciamos, em nossos espaços, muitas
mazelas, tais como: a prática da “fofoca”, das críticas destrutivas, do
desânimo, da desunião, das “panelinhas” e isto é inaceitável para aqueles que
querem construir um Reino de Justiça, de Paz, de Fraternidade, de União, de
Amor, de Solidariedade, de Partilha. É neste sentido que recorremos às Palavras
do Apóstolo Paulo em sua Carta aos Hebreus, nos exortando para que fiquemos
vigilantes, para que ninguém abandone a Graça de Deus, e que não permitamos que
nenhuma “erva daninha” se infiltre e permaneça em nosso meio, provocando todas
estas mazelas citadas acima, causando a desunião e desmobilização nas nossas
comunidades. É como nos diz o Documento de Aparecida: necessitamos de um novo
Pentecostes em nossa Igreja.
Esperamos que as Cartas de Santa
Rita de Cássia tenham nos ensinado a conhecer melhor a mensagem de Deus! A
nossa intenção com todas elas é que pudessem nos ajudar a sermos perseverantes
nas dificuldades que vamos encontrando em nossa caminhada! Esperamos que todas
elas tenham nos animado a sentirmos a consolação que Deus nos dá quando
precisarmos de um ombro amigo. Mas, sobretudo, que as Cartas, em especial esta
5ª, tenham e venham a alimentar a nossa esperança! É a esperança que nos
ajuda a sermos melhores, a caminhar, a não desanimar e fazer de nossas
comunidades lugares de encontro, de comunhão e de caridade como foram as
comunidades que receberam as Cartas do Apóstolo Paulo!
“Tudo o que se escreveu no passado é para nosso ensinamento que foi
escrito, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que nos proporcionam
as Escrituras, tenhamos a esperança” (Romanos 15,4).
Conselho
de Cidadania Paroquial, Grupos, Movimentos, Pastorais, Associações, Comunidades
e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia
QUARTA CARTA
ABERTA DE SANTA RITA DE CÁSSIA
“Escolhe, pois a VIDA” (Dt. 30,19)
Ao
celebrarmos 40 anos de caminhada paroquial, motivados pelo apelo da Campanha da
Fraternidade 2008, em defesa da Vida. Nós, do Conselho de Cidadania Paroquial lançamos
a 4ª Carta de Santa Rita. Nela referendamos todos os apelos e reivindicações
das cartas anteriores e reafirmamos o nosso compromisso com a construção da
cidadania e a luta incansável em busca de VIDA
e VIDA em abundância para TODOS.
Diante de fatos
gritantes de individualismos e dos avanços científicos, novas violações à vida
não só são praticadas, mas consideradas lícitas e até desejáveis. Queremos publicamente repudiar
estes fatos e combatê-los. Quando vivenciamos casos como o do assassinato da
pequena Isabela Nardoni que comove todo o país, temos que perceber, que
infelizmente este caso não é o único, vale aqui só lembrar mais um, Pedrinho,
que foi arrastado do lado de fora do carro por 7 quilômetros . Mas também nos fazer entender que crimes assim
só são possíveis numa sociedade doentia e dilacerada pela autonomia
individualista, como a nossa. E os jovens têm sido a vítima e ao mesmo tempo os
protagonistas destas tristes histórias, basta visitar o presídio do nosso
município, para percebermos que na sua grande maioria os que ali estão são
jovens, situação preocupante e alarmante. Estes são retratos dos caminhos
que a humanidade optou trilhar. Desde a nossa 1ª carta que viemos convocando a
todos e a todas a se “indignarem diante das injustiças” e que a “Paz é fruto da
Justiça”.
Continuamos convocando a todos a lutar
contra as derrubadas e queimadas de florestas nativas para expansão do
latifúndio. Exigir dos governos ações contundentes para coibir essas práticas
criminosas ao meio ambiente. Combater o uso dos agrotóxicos e a monocultura em
larga escala da cana-de-açúcar, e em especial do eucalipto em nossa região e a
combatermos as empresas transnacionais que querem controlar as sementes, a
produção e o comércio agrícola brasileiro, como a Monsanto, Syngenta, Cargill,
Bunge, ADM, Nestlé, Basf, Bayer, Aracruz, Veracel, Stora Enso, entre outras.
Impedir que continuem explorando nossa natureza, nossa força de trabalho e
nosso país.
A
CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) tem feito aos longos destes
últimos anos vários chamamentos: “Diante do panorama mundial e brasileiro,
marcado por muitos episódios de corrupção, violência e impunidade, não podemos
lamentar saudosamente a perda de pontos de referência éticos na sociedade
atual. A nossa ação como Igreja é, sobretudo, uma ação educativa em vista da
promoção humana, que, por sua vez, é um aspecto essencial da própria
evangelização” (Doc da CNBB). “É necessário que cada um se envolva num
movimento educativo, que recrie o tecido quotidiano da convivência social, subtraída
progressivamente à lógica do mercado e aos seus critérios, caracterizados pelo
cálculo e pelo intercâmbio de equivalentes. Movimentos educativos, que
constituem uma companhia guiada ao destino, capazes de gerar espaços de
gratuidade e de vida fraterna, de reconhecimento da grande Presença – que é
caminho, verdade e vida – existem e podem renovar o gosto pela convivência, à
paixão pelo homem, um amor à verdade maior do que o próprio interesse
particular e, podendo, plasmar relações humanas e sociais no horizonte de uma
idéia”. (Doc CNBB).
Tem
sido a partir destes chamamentos da nossa Igreja que a Paróquia Santa Rita tem
pautado a sua inserção no mundo da política e sua participação ativa nas
ocupações de espaços importantes para a construção da cidadania. Neste sentido
o Conselho de Cidadania Paroquial vem incentivando os paroquianos a exercerem
este importante papel, e tem encontrado forte apoio da comunidade paroquial. Vale
aqui ressaltar a ocupação de um cargo no Conselho Tutelar do Município, a
recente e esmagadora vitória para ocupar a Associação dos Moradores do Bairro
São Caetano, as realizações dos Mutirões da Cidadania, a Campanha de reciclagem
de lixo, a emissão das cartas denúncias de Santa Rita entre outras atividades
que enobrecem os 40 anos de caminhada da Paróquia. A Paróquia de Santa Rita de
Cássia está agora diante de uma nova e desafiadora missão, em sua Assembléia
Paroquial definiu-se em dar um passo mais largo em direção a
ocupar um cargo na Câmara de Vereadores de Itabuna, para que possamos ter um
representante que defenda nossos anseios e os valores pregados pela nossa
Igreja. Nesta perspectiva, é essencial a presença e a ação dos cristãos, e
particularmente dos cristãos leigos na vida política e nas próximas eleições. E
neste sentido fomos mais longe e estamos apresentando o nome de SAMUEL SENA (Projeto Nova Juventude)
para ocupar este importante espaço de definições políticas em nosso município e
a defender os ideais que tanto pregamos e lutamos.
Quando
na oportunidade celebramos a festa em homenagem a nossa Padroeira Santa Rita de
Cássia tendo como reflexão: “Paróquia
Santa Rita de Cássia: 40 Anos profetizando em defesa da VIDA”, não
poderíamos deixar de conclamar mais uma vez a toda sociedade itabunense, em
especial aos nossos paroquianos, a gritar, denunciar, não aceitar nenhum ato
que venha a atentar contra a VIDA, e bem como, a nos somarmos mais uma vez para
lutar e defender aquilo que acreditamos.
Queremos
finalizar a nossa 4ª Carta, relembrando as palavras do Santo Padre no recente
documento de Aparecida no seu numero 395 – “O Santo Padre nos recorda que a
Igreja está convocada a ser “advogada da justiça e defensora dos pobres” diante
das “intoleráveis desigualdades sociais e econômicas”, que “clamam ao céu”.
Temos muito que oferecer, visto que “não há dúvida de que a Doutrina Social da
Igreja é capaz de despertar esperança em meio às situações mais difíceis,
porque se não há esperança para os pobres, não haverá para ninguém, nem sequer
para os chamados ricos”.
22 de maio de 2007
“ Amarás teu Deus de todo o teu coração, de toda tua alma e de
toda a tua mente... Amarás teu próximo como a
ti mesmo” Mt 22, 37-39
Embalados pelas reflexões da Campanha da Fraternidade 2007
e pela visita do Santo Papa ao nosso País, o Conselho de Cidadania da Paróquia
Santa Rita de Cássia lança a sua 3ª Carta. Aproveitando o momento de intenso
aprofundamento sobre as Leis de Deus realizado na nossa festa paroquial da padroeira Santa Rita de Cássia viemos trazer à sociedade regional alguns
questionamentos, posicionamentos e até mesmas sugestões.
Continua repercutindo em nossos
ouvidos e mentes o tema da Campanha da Fraternidade de 2004, sobre a água, bem
como a deste ano que nos convida a tomarmos posição em defesa ao nosso meio
ambiente. Em primeiro lugar a água se apresenta como um dom da natureza que
precisa ser respeitado. Mas este respeito requer de nossa parte uma atitude
positiva, de cuidado e de ação. Por ser indispensável à Vida, a água aparece
como um direito de todos os viventes. Daí se chega ao conceito de destinação
pública dos bens fundamentais da natureza. A dimensão “pública”, tão importante
para balizar critérios de atuação política, emerge da consideração responsável
dos bens da natureza. Esta dimensão coloca com força a reivindicação que as
últimas Campanhas da Fraternidade vêm nos fazendo, urgindo que a “água não pode
ser privatizada” O caráter público da água nos leva diretamente a constatação
dos deveres do Estado. O poder público não pode nunca se eximir de suas
responsabilidades com a água. Ele precisa garantir sua preservação para
disponibilizá-la, em primeiro lugar, para as necessidades vitais da população.
E por último, o fato do Estado ter obrigações evidentes com a água, não
dispensa a cidadania de assumir com força esta causa. Pois é a cidadania que
tem a incumbência de urgir que o Estado cumpra suas finalidades constitucionais.
Por todos estes motivos parabenizamos e nos juntamos a todos aqueles (pessoas,
movimentos) que vem em nossa cidade lutando para que “a nossa água não seja
privatizada” “não seja vendida”, ao mesmo tempo em que conclamamos a todos a se
somar nesta luta por este direito inalienável dos cidadãos.
Ainda no âmbito das reflexões da
CF 2007, não podemos aceitar o progresso como justificativa para o
desmatamento, a modernização da região, da cidade ás custas do sacrifico da
natureza, a degradação ambiental. Não podemos aceitar a derrubada da Mata
Atlântica, com sua rica biodiversidade, a dizimação da fauna e da flora para
dar lugar ao “Deserto verde” dos Eucaliptos que absorve toda água existente no
solo, agredindo e expulsando as populações tradicionais de suas terras, trazendo-as
para as periferias das cidades, criando enormes “bolsões de pobreza”. Somamos-nos
também a todos aqueles que defendem e lutam por um desenvolvimento sustentável
e respeitoso ao Meio ambiente e que valorizam o Ser Humano.
Lembramos que as reivindicações
feitas nas cartas anteriores continuam valendo, muitas delas, a sua resolução
se faz urgente. Entre elas a situação da violência crescente em nossa cidade. E
o total descaso com a saúde da população.
Queremos mais uma vez reiterar, bem como nas cartas
passadas, que a nossa intenção não é apenas cobrar, reivindicar. Mas, ao mesmo
tempo em que fazemos estas reflexões, temos a plena consciência da necessidade
de uma participação mais ativa e consciente da sociedade neste processo de
transformação. Temos a plena consciência que estamos fazendo a nossa parte
enquanto espaço de construção da cidadania e nos colocamos a disposição para
colaborar naquilo que nos couber.
Conselho
de Cidadania Paroquial, Grupos, Movimentos, Pastorais, Associações, Comunidades
e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia.
"
No que depender de você façam todo o possível para viver em Paz" (Rm
12,18)
A Semana da
Cidadania, foi o resultado de vários encontros que foram realizados durante
este primeiro semestre de 2006, pelo Conselho de Cidadania com representantes
da Câmara Municipal de Itabuna, Ministério Público, OAB, Policia Militar,
Prefeitura Municipal de Itabuna, Clubes de Serviços, ONG's e Conselho da
Comunidade.
A tônica das
discussões e encontros foi à questão da violência e segurança pública.
Atualmente, a violência tornou-se o assunto permanente de nosso cotidiano.
Nunca se falou tanto em violência e em como combatê-la, projetos de combate a
violência são apresentados e, infelizmente, a sensação de insegurança nunca foi
tão presente: as pessoas mudam de itinerário, evitam sair à noite, colocam
grades e alarmes em suas casas; os que podem, blindam seus automóveis. Outros
contratam seguranças pessoais, etc. Este fantasma da violência alimenta-se
também da falta de ações coletivas que venham a coibir este grave problema. O
Conselho de Cidadania preocupado com o atual quadro em que vivenciamos em nossa
cidade, em nosso bairro e adjacências procurou durante todo este semestre,
pistas, soluções e o desenvolvimento de ações que venham a coibir ou pelo menos
diminuir este quadro por nós vivenciado.
Desde a nossa
primeira carta que as reivindicações ali apresentadas solicitavam providências
urgentes visando evitar diversos tipos de violência, aquelas reivindicações
continuam sendo necessárias. Temos que reconhecer que algumas delas já
começaram a serem encaminhadas. Mas muitas delas ainda não foram atendidas.
Achamos que novas reivindicações e ações precisam ser efetivadas, entre elas
podemos destacar :
Uma
significativa melhoria no efetivo policial (Militar/Civil) de nosso município,
buscando a contratação de novos agentes com pagamento de salários dignos,
visando evitar a corrupção e favorecimento aos delinqüentes; material humano
mais qualificado; utilização das novas tecnologias no combate ao crime e
modernização dos recursos materiais; valorização e visibilidade da ação
policial, campanhas educativas; Continuidade e aperfeiçoamento das ações
desenvolvidas pela Policia Militar, tais como ronda escolar, ronda comercial,
operação cilindrada; Buscar desenvolver Ações e Campanhas que promovam a
interação Policia x Comunidade, Comunidade x Policia; Ações articuladas e
permanentes entre as diversas autoridades com a Sociedade Civil Organizada.
Visando o resgate e o fortalecimento das Instituições, em especial a Família;
Agilizar as obras da nova cadeia pública para transferência dos presos que se
encontram numa cadeia com superlotação, sem mínimas condições básicas de saúde
e saneamento e a adoção de penas alternativas para os infratores, de forma a
reduzir esta superpopulação; Melhoramento significativo na iluminação pública
da cidade buscando priorizar pontos de alta concentração de pessoas, em
especial em frente aos colégios, a exemplo do Colégio Estadual, Lourdes Veloso
e o Estádio do Itabunão; Criação de postos de vigilância em pontos estratégicos
da cidade; Desburocratizar o uso da Vila Olímpica e a sua reabertura no período
noturno para a prática de esporte, e incentivar o seu uso por parte da
comunidade; Construção de mais quadras poli-esportivas nos bairros e a
revitalização das Praças, a exemplo da Praça do São Caetano, a fim de
proporcionar a comunidade mais opções de lazer; Ampliação da escola
profissionalizante com a criação de núcleos nos bairros e realização de
oficinas de capacitação visando à qualificação dos cidadãos e cidadãs na
geração de emprego e renda; A criação da Delegacia do Menor Infrator, bem como
a construção de um espaço para abrigar de forma adequada estes menores.
Assim como na
1ª carta aberta, não reivindicamos apenas por reivindicar. Mais uma vez nos
colocamos à disposição para contribuir, pois temos plena consciência, que
nenhuma destas reivindicações ou ações propostas terá êxito se não houver a
participação e o envolvimento consciente da Sociedade Organizada. É preciso,
sobretudo, resgatar na sociedade a necessidade de se indignar diante das
injustiças. Não é possível ficar impassível diante de uma sociedade que se
sensibiliza e se preocupa com a "Guerra no Iraque", com o drama
pessoal de estrelas da TV e do esporte, mas não se mobiliza diante da fome, do
desemprego e da violência que acontece ao seu redor.
"Se
caminhar é preciso, caminharemos unidos"
Conselho de Cidadania Paroquial, Grupos, Movimentos,
Pastorais, Associações, Comunidades e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita
de Cássia.
No período de 01 a 06 de Maio de
2005, na Paróquia de Santa Rita de Cássia – Bairro São Caetano-Itabuna-Ba,
aconteceu a Semana da Cidadania, com o tema “Cidadania e Paz se Encontram’’,
promovida pelo Conselho de Cidadania Paroquial juntamente com as Pastorais,
Movimentos, Grupos, Comunidades e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de
Cássia.
A semana teve inicio no dia 1º de
maio, com uma caminhada pelas principais ruas do Bairro e adjacências, com
faixas, cartazes, condenando o desemprego, a violência, a falta de moradia, de
escolas e reivindicando melhorias na saúde. Vários temas foram debatidos,
analisados, contando com a participação de representantes de ONG´s, Câmara de
Vereadores de Itabuna, Policia Militar sociedade Civil Organizada, entre
outros.
A precariedade nas condições de
vida dos moradores do nosso Bairro ocorre devido à falta de políticas públicas
voltadas para a base da sociedade que venham reverter este quadro perverso e
excludente. Nota-se uma necessidade enorme de formação e informação para que
possa acontecer um processo de organização, articulação e mobilização de todos
na busca e garantia dos direitos mais básicos, visando a concretização da
Cidadania.
Após os debates e reflexões
frutos de outros encontros realizados pelo Conselho de Cidadania da Paróquia,
como Ministério Público, Polícia Militar, Poder Legislativo, OAB, Delegacia
Especial de Proteção a Mulher, Magistrados e Clubes de Serviço. Dentre todas as
prioridades abordadas durante esse período o Conselho reivindica, de imediato:
Solução para a situação do Canal
do São Caetano, que vem afetando de forma alarmante a saúde dos moradores,
comerciantes e feirantes; Estruturação da feira livre que proporcione aos
feirantes e a população em geral, saúde, higiene e dignidade, com fiscalização
ativa e permanente; Policiamento ostensivo e preventivo nas ruas do Bairro São
Caetano e adjacências; Estruturar melhor o posto de policiamento comunitário
interagindo com a comunidade, visando atenuar a violência no nosso meio; Ações
que fortaleçam a economia solidária como estratégia de combate ao desemprego e
a exclusão social; Construção ou criação de uma “Casa de Proteção” às mulheres
vítimas de violência doméstica e outras.
Ao mesmo tempo em que
reivindicamos, também nos propomos a colaborar plenamente para a realização das
metas citadas. Conclamamos a todos a participarem do processo de formação e
conhecimento de seus direitos, pois só assim será possível lutar para construir
uma sociedade mais justa e igualitária, que tenha como objetivo final a
consolidação da Cidadania.
Itabuna-Bahia, 06 de Maio de 2005
Conselho
de Cidadania, Movimentos, Grupos, Pastorais, Serviços, Associações, Comunidades
e Frades Capuchinhos da Paróquia Santa Rita de Cássia.
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