Depois
de um longo caminho sinodal de escuta do Povo de Deus na Igreja da Amazônia,
inaugurado pelo Papa Francisco durante sua visita à Amazônia, em 19 de janeiro
de 2018, o Sínodo foi realizado em Roma, num encontro fraterno de 21 dias, em
outubro de 2019. O clima foi de trocas abertas, livres e respeitosas entre
bispos, pastores da Amazônia, missionários e missionárias, leigos e leigas, e
representantes dos povos indígenas da Amazônia. Fomos testemunhas participantes
de um evento eclesial marcado pela urgência do tema que conclama abrir novos
caminhos para a Igreja no território. Se compartilhou um trabalho sério em um
clima marcado pela convicção de escutar a voz presente do Espírito Santo.
O
Sínodo foi realizado em clima de fraternidade e oração. Várias vezes as
intervenções foram acompanhadas por aplausos, cantos e com intervalos de
silêncio contemplativo. Fora da sala sinodal, houve uma presença notável de
pessoas vindas do mundo amazônico que organizaram atos de apoio em diferentes
atividades, procissões, como a abertura com cantos e danças acompanhando o
Santo Padre, do túmulo de Pedro à sala sinodal. Destacou-se a Via Sacra dos
mártires da Amazônia, assim como uma presença maciça da mídia internacional.
Todos
os participantes expressaram uma profunda consciência da dramática situação de
destruição que afeta a Amazônia. Isso significa o desaparecimento do território
e de seus habitantes, especialmente dos povos indígenas. A floresta amazônica é
um “coração biológico” para a terra cada vez mais ameaçada. Se encontra em uma
corrida desenfreada para a morte. Requer mudanças radicais de suma urgência e
um novo direcionamento que permita salvá-la. Está cientificamente
comprovado que o desaparecimento do bioma Amazônia trará um impacto
catastrófico para o planeta!
O
caminho sinodal do Povo de Deus na fase preparatória envolveu toda a Igreja no
território, os
Bispos, os missionários e missionárias, os membros das Igrejas
de outras confissões cristãs, os leigos e leigas, e muitos representantes dos
povos indígenas, em torno do documento de consulta que inspirou o Instrumentum Laboris.
Enfatiza a importância de escutar a voz da Amazônia, movida pelo sopro maior do
Espírito Santo no grito da terra ferida e de seus habitantes. Foi registrada a
participação ativa de mais de 87.000 pessoas, de diferentes cidades e culturas,
assim como de numerosos grupos de outros setores eclesiais e as contribuições
acadêmicas e organizações da sociedade civil nos temas centrais específicos.
A
celebração do Sínodo conseguiu destacar a integração da voz da Amazônia com a
voz e o sentimento dos pastores participantes. Foi uma nova experiência de
escuta para discernir a voz do Espírito Santo que conduz a Igreja a novos
caminhos de presença, evangelização e diálogo intercultural na Amazônia. A
afirmação, que surgiu no processo preparatório, de que a Igreja era aliada do
mundo amazônico, foi fortemente confirmada. A celebração termina com grande
alegria e esperança de abraçar e praticar o novo paradigma da ecologia
integral, o cuidado da “casa comum” e a defesa da Amazônia.
Acesse o documento final na integra: http://www.sinodoamazonico.va/content/sinodoamazonico/pt/documentos/documento-final-do-sinodo-para-a-amazonia.html
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