Salvador
Em Salvador, a organização estima que pelo menos 800 pessoas participaram da mobilização organizada pelas redes sociais, principalmente o Facebook, através da página 'nasruas.ba'. Polícia Militar diz que foram 400 pessoas. Os manifestantes saíram do Cristo, monumento localizado no bairro da Barra, por volta das 14h30, em direção ao bairro de Ondina. Eles caminham ao som de gritos de protesto e cantaram o Hino Nacional.
Com bandeiras, apitos, narizes de palhaço e caras pintadas, jovens e crianças levantaram cartazes com frases de protesto contra a corrupção, o voto secreto e a favor da Lei da Ficha Limpa. Advogados e juízes também participaram do ato público. Eles se juntaram à marcha nacional que ocorreu na quarta-feira (12) em varias cidades brasileiras.
Os estudantes secundaristas de escolas particulares da capital estiveram a frente da marcha, o protesto definido como apartidário mobilizou a atenção das famílias que aproveitaram o feriado. Além disso, os estudantes contaram com o apoio de organizações da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil, que ajudou a custear o carro de som usado no protesto. Entre as bandeiras originalmente determinadas na pauta do movimento – definido pelos grupos online Anonymous, Dia do Basta, Salve Salvador e Nas Ruas -, estavam à aprovação da Lei da Ficha Limpa, o voto aberto dos parlamentares no Congresso, a classificação da corrupção como crime hediondo e a destinação de 10% do Produto Interno Bruto para a educação.
“Queremos mobilizar a sociedade e fazer com que o povo tenha participação política mas ativa, lutando contra a corrupção” destacou o universitário Daniel Santana, criador da comunidade “Nas Ruas Bahia no facebook.
O secretário adjunto da OAB- Bahia, André Godinho, destacou que a presença das pessoas no protesto em pleno feriado mostra a capacidade de mobilização por meio de redes na internet. “estamos mostrando que o povo brasileiro não aceita mais esta corrupção endêmica que assola o País”.
BRASÍLIA
A II Marcha Contra a Corrupção em Brasília conseguiu reunir o público esperado pelos organizadores. A estimativa da Polícia Militar é que 20 mil pessoas participaram do evento, que terminou perto das 13h. A caminhada começou por volta das 11h, na praça entre o Museu da República e a Biblioteca Nacional, com cerca de 4 mil pessoas. O número era bem inferior aos 30 mil que participaram da primeira edição do evento, no dia 7 de setembro. Aos poucos, porém, as pessoas chegaram à Esplanada dos Ministérios.
A II Marcha Contra a Corrupção em Brasília conseguiu reunir o público esperado pelos organizadores. A estimativa da Polícia Militar é que 20 mil pessoas participaram do evento, que terminou perto das 13h. A caminhada começou por volta das 11h, na praça entre o Museu da República e a Biblioteca Nacional, com cerca de 4 mil pessoas. O número era bem inferior aos 30 mil que participaram da primeira edição do evento, no dia 7 de setembro. Aos poucos, porém, as pessoas chegaram à Esplanada dos Ministérios.
Os manifestantes, que se organizaram por meio de redes sociais, pedem a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que ainda será votada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o fim do voto secreto parlamentar e a continuidade do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os protestos ocorreram ao longo do dia em pelo menos 28 cidades brasileiras espalhadas por 17 estados.
Símbolos do movimento que pede a limpeza na política, vassouras nas cores verde e amarelo foram distribuídas pelo Movimento Contra a Corrupção para os presentes e recolhidas ao final da manifestação. Um grupo de jovens aproveitou para vender as vassouras durante o evento, sob a justificativa de que o movimento precisava de uma “contribuição”.
Ophir Cavalcante, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), comentou antes do início do evento que esse era um movimento que lutava contra “políticos de rabo preso”. Ele lembrou que a missão dos advogados é “lutar pela liberdade e pela independência”, justificando o apoio da Ordem à manifestação. “Eu desafio a existência de uma entidade dos magistrados e do Ministério Público que defenda um CNJ forte”, ressaltou.
A concentração para o início da passeata foi feita ao som de músicas como “Que país é esse?”, da banda Legião Urbana, e de Chico Buarque. Entre as palavras proferidas pelos organizadores, convocações para que os participantes se sentissem os “novos caras pintadas”, que marcaram a década de 1990 pedindo o impeachment do presidente Fernando Collor.
Ocupando todas as seis faixas da Esplanada que levam à Praça dos Três Poderes – a polícia havia reservado três, mas os manifestantes invadiram as outras – a Marcha seguiu rumo ao STF. Com a bandeira do Brasil à frente do movimento, o grupo parou em frente ao Congresso Nacional e cantou o Hino Nacional. Depois, seguiu para a Praça dos Três Poderes, onde finalizou a manifestação, cantando pela segunda vez o hino brasileiro.
O advogado Osvaldo Gomes, de 68 anos, fez questão de participar do protesto até o final. O paranaense, que veio para Brasília no início da década de 1960, conta que foi do primeiro batalhão da guarda policial da capital federal e que sempre esteve nas “batalhas políticas”. “Eu lembro quando, na ditadura, o sistema quis invadir a OAB e nós abraçamos o prédio e impedimos. Muitos que estavam naquele dia lá estão hoje aqui, nessa manifestação contra a corrupção”, disse orgulhoso.
Fernando Toledo, de 48 anos, não só participou da marcha como trouxe seu filho Henrique, de 6 anos, que carregou a vassoura verde e amarela até o fim do evento. “Trouxe meu filho hoje porque acho importante despertar o patriotismo desde cedo”, argumentou. Já o empresário André Luiz dos Santos, de 50 anos, veio de Minas Gerais para protestar contra a corrupção em Brasília. Luiz percorreu toda a marcha com uma cruz nas costas. “Essa é a cruz do povo brasileiro, que carregamos há muito tempo. A corrupção é a maior violência”, disse.
SÃO PAULO
SÃO PAULO
Entre bandeiras do Brasil e cartazes carregados pelas 5.000 pessoas que participaram da manifestação contra a corrupção na tarde desta quarta-feira, em São Paulo, um grupo de cerca de 20 punks protagonizou cenas de vandalismo que destoaram da celebração à democracia protagonizada pela maioria do público. Os jovens quebraram vidros e jogaram pedras na lanchonete do McDonalds em frente ao Conjunto Nacional, próximo à Rua Augusta, e no Banco HSBC, na altura do número 1.700 da Avenida Paulista.
A marcha saiu da frente do Masp por volta das 15h e, às 16 horas, desceu a Rua da Consolação em direção ao Theatro Municipal. Todas as faixas de trânsito da Avenida Paulista no sentido centro foram ocupadas pelos manifestantes. Na Consolação, somente o corredor de ônibus permaneceu aberto para os veículos. O congestinamento não tirou o bom humor dos motoristas, que buzinavam e interagiam em apoio aos manifestantes. Por volta das 17h, os manifestantes tomaram a escadaria do Municipal, onde encerraram o protesto cantando, em coro, o hino nacional.
Todas as tribos - Como no protesto do dia 7 de setembro, estudantes, motoqueiros, professores, índios, maçons e pessoas das mais variadas tribos e idades caminharam lado a lado. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), virou uma espécie de "símbolo da corrupção" para o movimento e foi o alvo preferencial.
Dizendo-se apartidários, os manifestantes também alternaram gritos de "Fora, Lula", "Fora, Serra", com frases como "Político ladrão, seu lugar é na prisão". Entre as reivindicações estão a aprovação da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, do Voto Distrital, o fim do voto secreto nas votações do Congresso e o fim da impunidade para corruptos.
O povo fala - "A corrupção descarada e a apatia dos brasileiros frente a isso são alguns dos problemas mais graves do nosso país", disse o administrador de empresas aposentado José Aníbal Cruz, 66 anos. Ao lado do filho, Aníbal percorreu na manhã desta quarta-feira os 130 quilômetros que separam a cidade de Taubaté da capital paulista unicamente para participar das manifestações. "Temos que protestar. Não dá mais para ficar em casa".
RIO DE JANEIRO
Declarações de apoio ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e um voto de reprovação aos ‘bandidos de toga’ marcaram a passeata contra a corrupção no Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira, 12. Se na primeira grande reunião, na Cinelândia, no mês passado, o movimento careceu de foco e propostas claras, o curto período de amadurecimento serviu para aparar arestas e fazer a manifestação ganhar corpo e consistência – mesmo com participação ainda limitada de jovens, tradicionalmente os motores das grandes marchas.
A estimativa dos organizadores é de que a manifestação reuniu 3 mil pessoas na Praia de Copacabana. A Polícia Militar acredita que metade desse contingente tenha de fato comparecido. As duas contas são imprecisas: depois de partir do Posto 4 da orla por volta das 13h40, o movimento ganhou a adesão de muita gente que estava ali inicialmente por lazer, aproveitando o calor tímido de início de primavera. O resultado foi um protesto composto por muitas famílias e, certamente, com efeito de conscientização sobre pessoas não necessariamente adeptas do ativismo.
A cobrança sobre os juízes suspeitos, investigados ou condenados por crimes foi estimulada. À frente da passeata caminharam 12 manifestantes usando togas, lembrando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – que são 11. Presidente do movimento Rio de Paz – um dos três grupos organizadores do ato desta quarta-feira –, Antônio Carlos Costa afirmou que representantes da versão carioca da marcha contra a corrupção pretendem estar em Brasília quando o STF for julgar a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que deve ocorrer este mês. “Participamos de uma reunião em Brasília para organizar o movimento. Pretendemos voltar à capital para a votação da Ficha Limpa”, disse.
Além do Rio de Paz, integram a marcha o movimento 31 de Julho, o Consciência Cidadã e a Marcha Contra a Corrupção. Depois de uma saraivada de pedidos, as reivindicações da marcha ganharam objetividade. Desta vez, a pauta se resumiu a cinco itens: aprovação da Lei da Ficha Limpa, fim do voto secreto, apoio ao CNJ, transparência nos gastos públicos e combate à impunidade – principalmente contra os crimes do colarinho branco. “Todos perceberam a necessidade de dar foco, para não ficarmos dando murro no ar”, explicou o presidente do Rio de Paz.
Costa lamentou, no entanto, a baixa participação de jovens na passeata. “O povo não tem consciência do poder que tem. Existe um ceticismo muito grande em relação às nossas instituições. Minha esperança é que os que se angustiam com o que acontece no Brasil se disponham a ir às ruas. Isso inaugura uma nova fase no Brasil, caracterizada por maior controle social do Legislativo, Executivo e Judiciário”, afirmou.
Lenice Saraiva, 71 anos, moradora da Lagoa, juntou-se ao protesto. “O que me trouxe é a vontade de fazer alguma coisa para mudar essa situação. É indignação. Já esperamos demais. Devíamos convocar os gays para ajudar”, disse, fazendo uma referência à reunião de milhares de gays, lésbicas e simpatizantes no último domingo, na Praia de Copacabana.
Adolto Vianna, 62 anos, morador da Tijuca, era um exemplo de jovialidade. Estudante de direito, ele criticou a falta de jovens. “A omissão do povo é o que gera essas coisas. Os estádios de futebol, a Cidade do Rock, tudo fica lotado. Mas ninguém vem para combater essa política corrupta”, criticou, usando um nariz de palhaço e faixa com a inscrição “Políticos Ladrões, cadeia neles”.
Símbolo da marcha contra a corrupção, as vassouras verdes e amarelas estiveram presentes. Foram levadas 400 delas, vendidas a 5 reais cada – o valor de custo é de 4,40, mas o acréscimo, segundo os organizadores, facilita o troco.
Para animar a massa a estimular a adesão, não faltaram palavras de ordem, como “Não fique aí parado, você também é roubado”, “Ei, você do mensalão, não pense que esquecemos que você é o ladrão”, “Você não acreditou, o povo se uniu, agora começamos a faxina do Brasil”. Mas o que animou mesmo foi um velho e bem-humorado refrão, transformado em hino contra a roubalheira: “Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”, de Bezerra da Silva.
Choque de ordem – No meio do protesto, os participantes usaram a força da multidão para evitar o que consideraram um abuso. Fiscais da operação Choque de Ordem, da prefeitura, tentaram recolher uma carroça de milho verde posicionada no calçadão. A mulher que vendia o milho, desesperada, acabou salva pelos manifestantes, que expulsaram os fiscais com xingamentos e vaia, batendo ainda sobre as viaturas do Choque de Ordem. Os agentes deixaram o local sob proteção policial.
Nos ajude a denunciar a corrupção!
ResponderExcluirEntre nessa nova Rede Social e colcabore com suas opiniões. Além de corrupção também debatemos outros temas de interesse popular.
Gostaria que entresse em contato comigo para que ue possa divulgar seus textos na Rede.
Obrigada
morenagazzotto@gmail.com
Conheça a Rede: http://migre.me/5Z5IX