Sobre o Dia Mundial – Em 1987, a Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), decidiu transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids, para reforçar a solidariedade, a tolerância e a compreensão em relação às pessoas infectadas pelo HIV e para despertar nas pessoas a importância e a necessidade da prevenção e a compreensão do que é a síndrome.
Saúde lança campanha pelo Dia Mundial de Luta Contra a Aids
O Ministério da Saúde lança, durante a abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde nesta quinta-feira (1°), a campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, cujo slogan é “A aids não tem preconceito. Previna-se”. A proposta é estimular a reflexão sobre uma sociedade menos preconceituosa, mais solidária e tolerante à diversidade sexual e às pessoas vivendo com HIV/aids.
Neste ano, os jovens gays de 15 a 24 anos são público prioritário da campanha. Boletim epidemiológico sobre HIV/Aids divulgado na última segunda-feira (28) apontou o avanço da doença entre esse grupo, na contramão do que tem acontecido nesta faixa etária.
Ao longo dos últimos 12 anos, a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Já entre os gays da mesma idade houve aumento de 10,1%. No ano passado, para cada 16 homossexuais dessa faixa etária vivendo com aids, havia 10 heterossexuais. Essa relação, em 1998, era de 12 para 10.
Ao meio-dia, na tenda Paulo Freire, na área externa do Centro de Convenções, acontece o Café com Ideias, uma mesa redonda com a participação do ministro Padilha, da cantora Preta Gil, do Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa, do diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, e de representantes LGBT e da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/aids.
Na ocasião, será assinada a Portaria da Política de Saúde da População LGBT. Também será lançada a cartilha “Por toda a sua Vida”, produzida pelo Departamento e pelo cartunista Ziraldo, que estará presente para autógrafos. Na publicação, são enfocadas as formas de contágio e os meios mais eficientes para prevenir a aids, como também a maneira sobre como proceder caso a pessoa seja infectada pelo HIV.
A partir das 19h30, começa a Festa da Solidariedade, com projeção de imagens, símbolos e lugares alusivos ao Dia Mundial de Luta contra a Aids na fachada do Congresso Nacional, na circunferência do Museu da República e nos Ministérios da Saúde e da Educação. Em frente ao Museu, no espelho d´água, haverá um flash mob, envolvendo os convidados para a formação de um laço humano de solidariedade. O laço vermelho é o símbolo da luta contra a Aids.
Em seguida, às 20h30, em tenda montada em frente ao Museu, haverá apresentação de balé aéreo, uma performance circense com tecidos. As evoluções simbolizam a luta contra o preconceito, exaltando a solidariedade. A tenda irá acomodar ações de prevenção, como distribuição de preservativos, testes rápidos anti-HIV para a população e informações sobre HIV/aids.
ITABUNA
Em Itabuna o Grupo de Apoio e Prevenção a AIDS (GAPA), Grupo Humanus e a Coordenação Municipal DST/Aids realizam desde o começo desta semana (28/11) diversas atividades com intuito de conscientizar e sensibilizar a sociedade civil organizada da região na prevenção do DST/Aids, através de palestras nos colégios, Tiro de Guerra e outros espaços, entrevistas em rádios. Ontem foi realizado na Praça José Bastos, no Centro, uma feira de saúde como parte das manifestação e no dia de hoje será realizado uma caminhada para chamar a atenção da sociedade, a caminhada sairá do Jardim do “O” e terá seu inicio as 15:00h. A noite no Rotary Itabuna Sul haverá uma palestra para os rotarianos sobre o assunto.
Percebemos que ainda é preciso avançar muito na luta contra o estigma devido ao sofrimento que causa às pessoas doentes. “A população, quando identifica uma pessoa com Aids, aponta na rua, fala. Muitas vezes até na família e nos amigos se determina um estigma muito forte e se afastam da pessoa no momento em que ela mais precisa, pois se descobre doente, fragilizada, passa por situações de baixa auto-estima e mudança de fisionomia”.
A origem de tanto preconceito pode ser explicada a partir da forma de contágio.“O estigma aparece mais fortemente, no caso da Aids, porque é uma doença que se pega através do sexo, e a gente tem dificuldade em falar de vivência sexual”.
Outro fator que contribuiria com o estigma seria o fato de a epidemia estar concentrada em grupos de maior vulnerabilidade, que já enfrentam bastante preconceito –homossexuais, profissionais do sexo e usuários de drogas.
A diferença entre HIV e AIDS
HIV: é o vírus que causa a Aids, uma doença que prejudica as defesas do organismo contra infecções e outras doenças. Diz-se que a pessoa é HIV positivo ou soropositivo quando ela tem o vírus, mas ainda não teve o sistema imunológico comprometido, coisa que pode demorar alguns meses ou até anos.
O HIV vai destruindo aos poucos a capacidade do corpo de se defender de infecções e certos tipos de cânceres. Quando as defesas do organismo estão baixas e a pessoa já está contraindo infecções perigosas. O HIV é transmitido pelo sangue, pelo sêmen, pela secreção vaginal e pelo leite materno. Um bebê pode ser infectado pela mãe durante a gravidez e na hora do parto.
Aids (Síndrome da Imunodeficiêcnia Adquirida): Os primeiros sinais são pneumonia e tumores nos gânglios linfáticos e se manifesta após a infecção do organismo humano pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).
Imunodeficiência é uma inabilidade do sistema de defesa do organismo para se proteger contra micro-organismos invasores, como o vírus HIV. A Aids não é causada espontaneamente, mas por um fator externo (a infecção pelo HIV).
Retrocesso
Apesar do discurso corrente de que o Brasil é referência no tratamento da Aids, ou até mesmo ações como a citada no inicio deste artigo, organizações denunciam posturas discriminatórias por parte do próprio Ministério da Saúde. Em nota, a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia) critica redução drástica do orçamento destinado a ações do Dia Mundial de Luta contra a Aids – de 6,5 milhões de reais, passou a 1,5 milhão.
Além disso, o ministério decidiu submeter as ações à Frente Parlamentar da Família, dirigida por parlamentares evangélicos. A Abia questiona por que não envolver a Frente Parlamentar de Aids.
Em nível mundial, o cenário também começa a se desenhar desfavorável. Na semana passada, o Fundo Global contra Aids, Malária e Tuberculose anunciou corte de financiamentos até 2014. O Fundo, composto por capital proveniente de doações, é responsável por um quarto do financiamento mundial do combate à Aids. De 2002 até hoje, já destinou 22,4 bilhões de dólares para 150 países em programas de prevenção, tratamento e assistência contra as três doenças.
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