Começa hoje em Durban, África do Sul, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Na semana passada estive participando de um seminário em Brasília/DF onde tivemos a oportunidade de discutir varias questões ligadas a problemática das mudanças climáticas, e é impressionante como o governo brasileiro vem tratado a questão, tentado desviar a discussão do verdadeiro foco da questão e transformando as vitimas em réus: querendo culpar os pequenos agricultores, quilombolas, ribeirinhos, povos indígenas pela situação hoje existente no País. As grandes industrias, o agronegócio, as madeireiras, as obras do PAC nem seque são citadas.
O objetivo principal do seminário realizado em Brasília, foi o de socializar as informações com diversas organização e pensar em estratégias que venham interferir nos rumos da atual postura do Governo Brasileiro e exigir uma postura responsável na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Durban, África do Sul.
Em comunicado, as organizações pedem aos países desenvolvidos que "honrem suas responsabilidades históricas e seus compromissos legais”. "Os governos dos países ricos industrializados têm tratado de reverter os princípios da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática e de desmontar os acordos existentes. Essa tentativa, que começou com o chamado Acordo de Copenhague, se aprofundou com os resultados de Cancún e poderia atingir o seu clímax em Durban”, alertam.
Como saídas para a crise climática, o documento propõe que os governos "impeçam uma mudança climática catastrófica e assegurem uma distribuição justa e equitativa da drástica redução de emissões”.
Nesse mesmo sentido, as organizações exigem o fim das "falsas soluções”, como mecanismos de compensação, comércio de carbono, programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD+), o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), bem como mecanismos de mercado relativos às florestas, ao solo e à água, à geoengenharia em grande escala, à energia nuclear, às mega-represas e aos agrocombustíveis.
O documento explica ainda que as estruturas econômicas e sociais que causam a crise climática advêm de práticas promovidas pelos países industrializados, contudo, as consequências serão sentidas principalmente pela população mais pobre.
Diante disso, demandam a criação, pelos Estados ricos, de um fundo de financiamento para reparar danos causados pela mudança climática em países pobres. "O financiamento climático não deve adotar a forma de instrumentos de gerar dívidas e deveria canalizar-se por meio de um fundo mundial democrático e responsável que seja independente de outras instituições financeiras internacionais e que sustente os princípios de um acesso direto e definido pelos países, com decisões participativas acerca do uso dos fundos”, detalham.
Por fim, as entidades demarcam a importância de tomar medidas em nível global nos sistemas e métodos de produção e consumo. "Transformar estruturas sociais e econômicas e tecnologias, e reorientar políticas para se separar dos sistemas guiados pelos lucros, orientados ao crescimento, com alto consumo de carbono, dominados por elites e baseados na exploração, e ao invés assegurar uma transição justa até um desenvolvimento pós-carbono pensado para as pessoas, que seja equitativo, democrático e sustentável”, apontam
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